quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mais uma glosa daqueles citados motes da Cafua do Marivaldo.


A dificuldade deste mote reside no fato de que as melhores glosas são sempre de cunho fescenino. E nada mais complicado do que tornar picante um tema reconhecidamente lírico e ou inocente. Jogaram-me esta "casca de banana, observem: " São frio, são glaciais..., os ventos da solidão!"


Mote:

São frios, são glaciais,
Os ventos da Solidão.

Glosa:

Amores celestiais,
De etéreos deslumbramentos
Não satisfaz sentimentos:
São frios, são glaciais.
Amores blandiciais...
Se são frágeis de emoção,
Afligem ao coração..;
Bom mesmo é o amor carnal!
Embora deixe ao final
Os ventos da solidão!...


Natal-RN, 19/08/2010.
Gibson Azevedo - poeta.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

De um encontro de amigos


Chegando à Cafua do meu estimado amigo Marivaldo Ernesto dos Santos - cabra-bom oriundo da Serra do Cuité, no Estado da Paraíba - local onde sempre se reuniam uma penca de amigos, fui instado por alguns, a versejar algumas glosas tomando como base motes conhecidos e de difícil arrumação poética. Fazendo papel do bobo, aceitei a delicada tarefa de trilhar os mesmos caminhos que o grande Pinto do Monteiro palmilhou. Acho que não me saí, de todo, mau. Eis uma delas:

Mote:
Não tendo uma roupa nova,
Passei o ferro na velha.

Glosa:
Não respeito nem Corcova
Quando vou ao Cabaré...
Visto um Palitó ralé,
Não tendo uma roupa nova.
Eu fico em casa, uma ova!...
Vou saindo de esguelha...
Meu juízo destrabelha,
Faço aquele estardalhaço:
Na vez que faltou Cabaço
Passei o ferro na Velha!

Natal-RN, 23/10/2007.
Gibson Azevedo - Poeta.

domingo, 1 de agosto de 2010

Como "limpar" um Farsante


Visão pessimista sobre a lei da ficha limpa para os políticos postulantes aos cargos públicos, na atual campanha eleitoral. Esta seria uma condição sine qua non para qualquer indivíduo que se credenciasse a representar o povo, interferindo, ao seu arbítrio, nos sagrados destino da coisa pública. Não é pedir muito. É sensato, este mínimo depósito obrigatório de confiança - atestado - a que se submeteriam todos os políticos postulantes a cargos públicos – também os profissionais -, que pululam no cenário político do nosso País. Apesar de achar a medida acertada, não faço fé que ela consiga banir completamente esta choldra que, por séculos, com vilipêndio, se locupletaram com as benesses do Poder, cometendo toda sorte de escândalos. Sinceramente, não acredito! Eis a prova da minha cisma, da minha inquietação: (comentem)

Como limpar um Farsante


Alguns políticos farsantes,
Com a ficha suja, escondida,
Falastrões sob medida,
São nossos representantes...
Empertigados, falantes,
Desde as primeiras Campanhas,
São mestres em artimanhas
E nas coisas mal havidas
- Poderosos falsos-Midas -
Tutelados da Justiça...
Podem crê, que essa mundiça,
Com lixa, Brasso e Kaol,
Vão limpar o urinol
No qual fizeram a sujeira,
Dar no povo outra Brejeira,
Que agachado acha pouco...
E, faz os “ouvidos moucos”
A toda esta bandalheira!


Gibson Azevedo – poeta.
Natal-RN, 22/jul./2010.
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