quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mais uns rabiscos






Aqui, caríssimos, mais uns impagáveis rabiscos do meu amigo chargista Reinaldo Azevedo. Que Deus o conserve assim!...


Vejam a preciosidade que ele concebeu da minha humilde pessoa em um tonitruante “improviso”. Observem o tamanho do citado pronunciamento. Creio que a sua decisão de me desenhar, vem desde o dia no qual saudei o poeta carnaubense Francisco Rafael Dantas( França), por ocasião do lançamento do seu livro de poesia “Carnaúba dos Dantas em quatro atos...”, em outubro de 2006, no Palácio da Cultura. O amigo Reinaldo também estava presente, já que foi o ilustrador daquela honesta obra. Não afirmo com certeza, mas, desconfio que, desde aquele momento, este grande artista decidira honrar-me com o seu traço. Valeu Reinaldo! Envaidece-me muito gozar do seu afeto. Um grande abraço.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Está todo mundo louco. (Saudades de Caicó)


Está aproximando-se o período no qual o sertanejo cultua e comemora com sincera alegria a festa da Nossa Senhora Santana. Um ato de fé, impar, das populações deste Nordeste rural. Sou urbanizado há quarenta e tantos anos, é fato. Assim mesmo, bate-me uma pouco dissimulada saudade de dias antigos, daqueles festejos vividos numa Caicó bem mais provinciana que nos dias atuais. Tudo que diz respeito a Caicó é do meu interesse. Querem ver? Sigam-me:


Está todo mundo louco.

...Não é de hoje, alguns sinais de degeneração humana. Ocorre-nos lembrar, um acontecimento bizarro que testemunhamos no início da adolescência, lá pelos anos sessenta, na então provinciana cidade de Caicó-RN. Alguns rapazes, já barbados, filhos de famílias ilustres daquelas paragens, resolveram, num final de noite de domingo, sob o efeito de alguns psicotrópicos deglutidos com cachaça, desfilarem despidos pelas mau iluminadas ruas daquela cidadela. O propósito daqueles peladões andarilhos, era cortar a cidade ao meio, pela sua principal Avenida, com aquele cortejo indecente. Ao aproximarem-se do Mercado público, local melhor iluminado, onde existiam algumas barracas nas quais vendiam-se bebidas, cigarros e alguns humildes repastos, causaram surpresa aos noctívagos e bêbados contumazes, assíduos aos arredores. Alguns deles, a princípio, desconfiaram que a aguardente que os barraqueiros estavam retalhando, não era de boa procedência; e, ficaram a conferir a translucidez das mesmas contra o reflexo das mortiças luzes.

“- Ôpss! O qué qué isso malandrage? Qui canalhismo é esse?” – Gritaram alguns.

“- Êpa cabra, eu vou chamar a puliça!” - Protestaram outros, em tom de ameaça. O fato é que entraram rapidamente em contato com o quartel de polícia, pois numa praça de carros de aluguel que ficava ao lado do Mercado existia um telefone público; e sendo o citado quartel situado próximo ao local do delito, não tardou a serem detidos e recolhidos à delegacia. Dormiram no xadrez!

É comum nas regiões pré-desérticas, apesar do calor inclemente que faz durante o dia, fazer um relativo frio durante a noite, acentuando-se pela madrugada. Devido a isto, é compreensível que tais adeptos dos primórdios do nudismo sertanejo, clamassem, sem sucesso, ao Capitão Durval Siqueira, que mandasse alguns soldados às suas casas pegar, com os seus familiares, algumas roupas para protegerem-se do frio. O delegado negou, secamente:

- Não! Vocês não queriam andar nus? Agora aguentem!

No outro dia, logo cedo, os liberou. Não, sem antes os ameaçar com processos, reclusões e tudo o mais..., admoestando-os exemplarmente. Na realidade, quem mandou libertá-los foi o Juiz de Direito da Comarca de Caicó: o Dr. João Marinho. Sujeito bem-humorado e amigo das famílias dos desinibidos donzéis. Aquele Magistrado recebeu a inusitada notícia às gargalhadas; muito embora o fizesse informalmente.

Este fato ocorreu em meados do século passado, numa província que, ainda hoje, não se detecta na maioria dos mapas.

* * *
Algum tempo depois, surgiu uma música - se é que pode-se assim chamar -, que tinha a um refrão, que dizia:

“ - Ta todo mundo louco!” E uma canalha respondia, em coro:
“ - Ôôôba!”


Natal-RN, 02 de julho de 2003.
Gibson Azevedo da Costa.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Se é assim...



Se é assim, é dar sopa para o azar!


Não acredito em sorte. Muito menos no azar!... O acaso, se é que existe, não passa de mera formalização no jogo das probabilidades. Assim reza a lei de Murphy (Edward Murphy):“se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará.” Assim também aconteceu, com a nossa Seleção de Futebol na Copa do mundo de 2010. Ora, desde o início algumas raposas velhas do nosso futebol, ciosos nos seus ofícios, mostraram-se reticentes e mesmo frontalmente contrários, a ocupação do cobiçado cargo de técnico do time mais festejado na face da terra, por um obscuro ex-jogador, sem um maior preparo técnico e intelectual para ocupá-lo, com a desenvoltura que o citado cargo exige. É verdade que a Copa passada que aconteceu na Alemanha - já unificada -, nossa Seleção foi um verdadeiro vexame de descaso e desorganização. Fizeram daquele torneio um balcão de negociatas, onde os principais envolvidos, foram: os chefes da nossa confederação, mancomunados com os chefetes da FIFA, empresários e patrocinadores. Personagens estes, que, o que menos visavam eram os bons resultados esportivos, que falam e tocam forte aos ouvidos e corações – alma - da inocente população brasileira. Naqueles dias, só o pior dos cegos (aquele que não quer enxergar) não percebia, a festança e a “gastança” que jogadores apaniguados das supracitadas forças malévolas, gozavam, de férias indevidas, vergonhosa vilegiatura. Alguns deles pesavam mais de oito arrobas; e ainda diziam-se atletas. Não me refiro àquele esculacho, próprio da esbórnia, vivido na prática pelo escrete canarinho em terras germânicas. Aquilo foi o paraíso da imprensa picaresca (infelizmente próspera no nosso país), que ao invés de dar trabalho aos bons jornalistas, acolhem com o carinho próprio das comadres, a uma choldra de comediantes, uma canalha de engraçadinhos a dizerem e divulgarem “lesa-notícias”, massageando o ego de jogadores despreparados, usando a ferramenta do sagrado ofício de bem informar, para transformar um assunto sério como o futebol, numa coluna diária de socialites e de Bufões canhestros e desocupados. Não é a isto que me refiro. Embora, tenha sido a mecha que acendeu o pavio factual da atual debacle.

Desta vez, a nossa toda-poderosa CBF, alegando que os erros do passado não poderiam ser levianamente repetidos, colocou no comando técnico da nossa gloriosa Seleção, um Sargentão truculento e despreparado, que exibe, ao menor aperto, o olhar vago e perdido dos possessos. Cuidando assim, que este ato de escolha de afogadilho, para este cargo tão importante, fosse a panaceia para todos os nossos males, quedou-se num maléfico imobilismo de satisfação enganosa, pelo anseio gratuito do ganhar os louros de vitórias, por antecipação. Ledo engano!... Aos que não quiseram enxergar, restou a falsa ilusão dos títulos menores conquistados ao acaso. Diziam: vejam, se o Dunga não sabe nada de futebol, como é que ganhamos a Copa América, a Copa das Confederações e nos classificamos por antecipação nas eliminatórias da copa do Mundo? Ah! Ele tem sorte!

Senhores patrícios, a sorte - ou fortuna como queiram – segundo Maquiavel, na sua memorável e absurda mensagem machista, diz: “que pelo fato dela ser mulher, como elas, parece pender o seu favoritismo para os homens que as destratam e surram-nas.”

Mesmo não concordando com a assertiva daquele louco medieval, não custa perguntar: será por isto que Dunga obteve estes brilharecos iniciais, para finalmente perdermos vergonhosamente a Copa do Mundo, tendo o Cabo das “Tormentas” como testemunha?

Não acredito em sorte ou azar. Vamos reconhecer o valor da competência! Vence, quem apresentar-se com o melhor preparo; e fundamentado em uma hercúlea vontade de vencer. De resto, tudo o mais é “Foquelore”. Ou, se não, é dar sopa para o AZAR!...


Natal-RN, 02 de Julho de 2010.
Gibson Azevedo da Costa.
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