Recebi no dia 21 de janeiro 2009, pela primeira vez, um email do dileto amigo Antenir de Oliveira Neves, no qual estava encartado o poema popular - Martelo, para melhor entendimento - da dupla Os Nonatos da cidade de Caicó-RN. (No Nordeste Brasileiro,nas feiras livres de suas cidades, ainda pululam uma grande quantidade de poetas populares. Alguns são talentosos , outros nem tanto...) Neves citava nesse email, que tinha um tio afim – o Viana –, que adorava este tipo de poesia e, que a esses dois poetas, julgava que ele aplaudiria de pé.
Recebi em datas mais recentes, emails com o mesmo conteúdo, dos amigos: Ozélio Azevedo, Janduy Azevedo, e, por último, Paulino Torrês. Bem, os decassílabos são muito bons, no entanto, em alguns não existem rimas. Ex.: Olivetti com internet; fez com 43; etc. Assim sendo, respondi ao email do amigo e os dos demais, com uma décima, também em martelo, e aproveitando o mesmo mote. Detalhe: Só usei duas palavras estrangeiras ligadas à informática: ”Internet e Web!”
Escrever é um prazer fora de moda,
Essa escrita com papel e com caneta,
É passado do tempo da caderneta,
Tão antiga quanto à invenção da roda.
O que é novo, no entanto, incomoda:
Veem-se tudo na “Web”, todo dia:
Logorreias, verborreias, sem valia...
Se eu pudesse, acabava no bufete:
O planeta movido a Internet,
É escravo da tecnologia!
(Gibson Azevedo – poeta)22/01/2009
Mote: O planeta movido a internet / É escravo da tecnologia (Autoria de Os Nonatos – Caicó-RN)
O visor como tela de “TV”
O teclado acessível como “book”
Pra maiúsculo ou minúsculo é “Caps look”
Pra mandar imprimir é “Control P”
Com o micro “Samsung e LG”
E os programas que a “Apple” financia
A indústria da datilografia
Nunca mais vai fazer máquina “Olivetti”
E o planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
Quem se pluga em milésimo de segundo
E se conecta ao portal e seus asseclas
Basta apenas tocar numa das teclas
Que o visor nos transporta a outros mundos
Desde a terra dos solos mais fecundos
Ao espaço onde o vácuo se inicia
Quem formata depois cola, copia
E prende o Mundo na grade de um disquete
O planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
A indústria se autodestruindo
Descartou o “compacto” e “LP”
Veio o surto, a febre do “CD”
E “DVD” mal chegou e já está saindo
“MD” não há mais ninguém pedindo
Numa “DAT” gravar ninguém confia
Fita “BASF” tem pouca serventia
E ninguém quer mais um “Videocassete”
E o Planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
Pra prever terremotos e tufões
Os sismógrafos têm número numa escala
E o Trem-bala é veloz como uma bala
Numa linha arrastando dez vagões
No Japão e na China as construções
Já suportam tremor e ventania
Torre, ponte, edifício, rodovia
São perfeitos do jeito da “maquete”
E o Planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
Nosso pouso na Lua foi suave
Um robô foi a Marte e se deu bem
Estão querendo ir ao Sol, mas o Sol tem
De calor um problema muito grave
E a NASA não tem espaçonave
Que suporte essa carga de energia,
Se for feita de fibra, se desfia
E de alumínio o monstrengo se derrete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia
"Motorola”trocou técnica e conselho
“Nokia” e “Siemens” galgaram patamares
Já estão fora de moda os celulares
Que têm câmaras e visor infravermelho
Reduzindo o tamanho do aparelho
A “Pantech” fez mais do que devia
Que memória de um “chip” não podia
Ser mais grossa que a lâmina de um”Gillete”
E o planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia.
Brasilsat” é mais uma criação
Que nos nossos vizinhos deu insônia
O “SIVAM” espiona a Amazônia
Evitando que haja outro espião
É por via satélite a transmissão
Que não tem transmissão por outra via
Uma antena seqüestra a sintonia
Pra “DirecTV”, “Sky “e para “Net”
O planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
Transatlânticos no mar fazem cruzeiros
E pelos micros das multinacionais
Hoje tem conferências virtuais
Com os Executivos estrangeiros
O email é correio sem carteiros
Tanto guarda mensagem, como envia
Os robôs usam “Chip” e bateria
E “Videogame” é brinquedo de pivete
O planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
Cibernética na prática e no papel
Deixam os seres “Online” e ganham IBOPE”
Com “Word” tem “Palm” e “Lap top”
E ainda mais “Power Point” e “Excel”
É possível quem mora em Israel
Pelo “Memssenger” teclar com a Bahia
Se os autômatos ganharem rebeldia
Tenho medo que a máquina nos “delete”
O planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia
Hoje a “Bombardier” não fere as leis
E a “Embraer” mãe de “Sênecas“ e “Tucanos”
Invisíveis aos radares há dois anos
Já existe avião que a “Sukhoi” fez
É da “NASA” o XA-43
Que voando tem mais autonomia
Um piloto automático opera e guia
O “Airbus” e o 747
O planeta movido a Internet
É escravo da tecnologia