terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mossoró, mesmo sem praia...












Domingo passado, antes do clássico de futebol, fui até o bar de Mário Barbosa, no Bairro Barro Vermelho, e para minha surpresa,  este encontrava-se praticamente lotado, coisa rara no domingo. Perguntei ao proprietário o motivo de tamanha afluência de fregueses, ao que ele me respondeu que era devido ao calor abafado daquele dia. Causava muita sede, etc., etc. Lá pras tantas, no meio de assuntos vários, um pinguço mais afoito me deu o seguinte mote, que refere-se ao arrancho que a querida cidade de Mossoró concedeu, involuntariamente, ao facínora carioca Fernandinho Beira-mar, no presídio de segurança máxima recentemente ali construído.  "Mossoró, mesmo sem praia/ agora tem beira-mar." Eis o resultado:

Mote:
             Mossoró, mesmo sem praia,
             Agora tem Beira-mar.

Glosa:
             É de Rosado e de Maia,
             De Fernandes e dos Galvão,
             É notícia no verão,
             Mossoró, mesmo sem praia.
             Nunca se viu uma arraia,
             No mêi da rua nadar...
             Nem Carapeba enganchar
             Nos vãos de uma malhadeira...,
             Mossoró, que ao mar não beira,
             Agora tem Beira-mar!


        Natal-RN, 15 de fevereiro de 2011.
               Gibson Azevedo - poeta.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O amado do Futebol

Alberi no Estádio Juvenal Lamartine - Bons tempos!
Caríssimos leitores, a pedido do meu filho Diego Ivan - ABCdista de quatro costados -, fiz uma pequena crônica para que ele publicasse no seu blog, "Papo alvinegro", em homenagem ao maior ídolo do time do seu coração: o eterno xodó da torcida abcdista, Alberi Ferreira de Matos. Tarefa que cumpri  prazerosamente e, ora exponho neste nosso humilde espaço cibernético. Espero que gostem:

O amado do Futebol

Aconteceu que no começo de março de 1969 a minha família se transferiu da cidade de Caicó, na região do Seridó, lugar que venero até hoje, para a nossa capital, ainda uma cidade provinciana. Pois bem, aqui chegando fomos morar pertinho do Estádio Juvenal Lamartine, à época a nossa melhor praça de esportes. Foi ali, naquele campinho acanhado, que vivi as maiores emoções futebolísticas de minha vida. Foi o meu primeiro contato com atletas profissionais de futebol. Aquele futebol rudimentar (se comparado com o que se pratica hoje) encheu de alegria os meus olhos de adolescente, com jogadas fantásticas que persistem em manterem-se vivas, na memória de um homem maduro que já descamba com certa pressa para a velhice. Por coincidência, também naquele ano, chegava a Natal um crioulo alto e um pouco desengonçado, ainda jovem, que passaria a ser, o que se comprovou com o tempo, a maior contratação, em termos técnicos, de um jogador de outro estado feita por um clube da nossa cidade. Chamava-se Alberi Ferreira de Matos; adquirido junto ao Santa Cruz pernambucano, clube do Recife.

Ao lado de Pelé no jogo Santos x ABC, em 1972 .
Desde os primeiros jogos, feitos por esse atleta nos gramados potiguares, percebeu-se que se tratava de um indivíduo diferenciado. Daqueles que parece que um poderoso e atento anjo da guarda caminhava e corria sempre ao seu lado, na consecução das suas magistrais e decisivas jogadas. Em poucos anos já era considerado um dos melhores jogadores do Nordeste brasileiro. É tanto que, no ano de 1972, no qual o ABC Futebol Clube participou do primeiro Campeonato Nacional, Alberi ganhou a bola de prata - prêmio conferido pela revista Placar - pois foi considerado pela imprensa esportiva o melhor jogador brasileiro, na posição, daquele ano. Realmente era um jogador completo, com habilidade com ambas as pernas. Zagalo que era o técnico do Flamengo, àquele ano, comprovou, na prática, esta citada habilidade...

Alberi apaixonou-se pela torcida do ABC. Deu-lhe, como prova desta afinidade, o tetra campeonato dos anos 1970, 1971, 1972 e 1973. Foi depois de Jorginho, outro monstro sagrado da história do mais querido, o jogador mais consagrado e amado pela frasqueira. É hoje patrimônio do Estádio Maria Lamas Farache, o Frasqueirão.

Apesar do amor que nutria pelo ABC não encontrou empecilho, já que era um profissional de futebol, para jogar dois anos pelo seu principal rival o América F.C., tendo por esta agremiação se sagrado campeão no ano de 1977. Também foi campeão paraibano pelo time do Campinense, clube da cidade de Campina Grande. Jogou ainda três anos (1979, 1980 e 1981) pelo meu querido verdão, o Alecrim Futebol Clube. Outros Clubes pelos quais ele jogou: Rio Negro – Manaus; Sergipe; Icasa – Ceará; Baraúnas - Mossoró do RN. Quando parou de jogar certamente ainda tinha alguma lenha para queimar, mas ele, em confidência a amigos, falou que algumas pessoas já o consideravam um velho. Resolveu parar...

Com Milton Neves; o uruguaio Danilo Menezes; e o grande Marinho Chagas.
Aqui fica dois detalhes que marcam Alberi como o maior jogador do nosso Estado e um dos maiores do futebol brasileiro, numa época em que o nosso céu futebolístico era muito estrelado, que formava uma imensa constelação de craques:

1º Alberi quando foi escolhido o melhor da posição no campeonato brasileiro, dividiu aquela honraria com jogadores de alto nível, como: Leão (goleiro do Palmeiras), assim como, do mesmo time, o excepcional Ademir da Guia; Marinho Chagas (ex. ABC) que pertencia ao botafogo; Piaza (volante do Cruzeiro e da Seleção Brasileira); o sensacional zagueiro do Internacional de Porto alegre, o chileno Elias Figueroa; e, o envolvente atacante do Flamengo, Paulo Cesar Caju. Pelo visto, o nosso Alberí estava muito bem acompanhado.

2º O negão Alberi, como era carinhosamente conhecido pela torcida do ABC, mesmo sem ser centro-avante, foi o artilheiro em dois campeonatos: em 1971 com 16 gols, e, em 1972 com 10 gols. 

Então, contra fatos não existem argumentos... E este semideus do futebol foi, sem dúvidas, ungido pelos maestros dos esportes das ambiências mais elevadas. E o bom, amigos, é que, na sua simplicidade, Alberi nunca percebeu estas preferências advindas dos lados do etéreo. Que Deus o conserve!

Natal-RN, 21 de janeiro de 2011.

Gibson Azevedo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O que todos tomam




Leitores, caríssimos! Aí vai mais um rascunho fescenino para vocês, caso queiram, degustarem no seus espaços livres nos quais imperar o ócio. Aproveitando os "bostejos" do “Mala sem alça” Zé Simão, do jornal a Folha, que disse numa de suas muitas "dez"graças: " A Dilma toma posse, o Lula toma cachaça e o Temer toma viagra!", ousei arrematar:


O que todos tomam


A Dilma que toma posse...

O Lula toma cachaça...

E o Temer toma Viagra!”

No meio dessa trapaça,

Vou tirar a sorte magra

Que a toda plebe consagra:

Esse povo jururu,

Que chamam contribuinte,

Da fila, é o seguinte...

E é quem vai tomar no cu!


Natal-RN, 02 de fevereiro de 2011.

Gibson Azevedo - poeta

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