terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pirarucu (3ª parte)


                                                Pirarucu (3ª parte)

                         Agora, no mais sadio saudosismo, recordo, voltando aos bons tempos, à época quando fora pujante nossa terra...
                           Quando já havia passado o auge das cheias, onde correntezas barrentas e velozes sumiam dos nossos rios, ficando neles um vagar lento de águas rasas e límpidas, num correr preguiçoso de águas mansas, que davam vau em quase todo o percurso do curso d’água; ficavam aqui e ali alguns poços de maior profundidade onde, ao acaso, encontravam-se presos alguns peixes de maior envergadura. Ali, naqueles poços, pescava-se o Pirarucu! 
Pescador exibindo um Pirarucu fisgado p/ ele.
                         Numa destas caminhadas, retornando do colégio para a nossa casa, deparei-me, nesta mesma época, com um pequeno alvoroço no jardim da casa da Dona Rita, nossa vizinha, onde algumas pessoas se aglomeravam para ver um grande peixe, que fora pescado por Zé Pereira – seu genro – e alguns amigos. Era um Pirarucu de doze palmos bem medidos, que pesava aproximadamente uns cem quilos. Estavam naquele corre-corre de tratar as carnes do peixe  e,  ao mesmo tempo, contavam a façanha de como fora pescado. Exageravam na estória, é claro! Zé pereira mostrava o anzol que utilizara na pescaria, que aos meus olhos de menino mais parecia um armador de redes; o fio de nylon amarrado nele, e depois de muitos metros preso numa trave de jucá que servia de carretel, era grosso como um dedo mínimo – mindinho – de um adulto. Zé Pereira exibia nas mãos os rastros de bolhas deixados pelo fio de nylon, na luta sem tréguas com o Pirarucu, que teimava em não ser puxado para fora do seu habitat natural. Luta esta, estimada sem economia, havia durado mais de uma hora.
                      Jamais me esqueci daquela cena incomum. Marcou-me o inusitado... Lastimo ao constatar que, jamais provei da carne deste grande peixe; contudo, guardo na memória as palavras de um dos amigos de Zé Pereira – que apesar de vezo às gaiatices, deles, era o mais bronco. Um ignorante! Quando ele notou o meu interesse pelo aspecto da carne do animal em questão, soltou a seguinte troça:  – “o minino..., parece qui gosta de carne de Pilaro?”
                     
                                                                   Natal-RN, 05 de Julho de 2002.
                                                                              Gibson Azevedo da Costa











sábado, 18 de agosto de 2012

O fino do fescenino.

                            Recebi via email, do meu primo Janduy Azevedo, uma referencia a um laudo pericial feito por uma parteira de Goiana, cidade do interior de Pernambuco.  Devido a inexistência de um médico legista naquela região, a Sra. Maria Francisca da Conceição, mais conhecida como Chica Cegonheira, foi convidada a lavrar o resultado pericial em um rumoroso caso de defloramento de uma moça daquela comarca e que, segundo ela, foi vítima dos arroubos do seu namorado.
                              Eis o laudo de Chica Cegonheira:
Foto de uma experiente parteira em ação.

''Exmo. Sr. Dr. Delegado,

Atendendo o seu pedido, com muita honra em poder servir esta brava e arretada polícia de nossa gloriosa zona da mata pernambucana, digo que, eu, Maria Francisca da Conceição ou Chica Cegonheira, como me chamam, mas que me intitulo como parteira oficial do destrito de Tejucupapo, declaro para o bem do meu ofício que, examinando os baixos fudetórios de Maria das Mercedes, constatei manchas arroxicadas na altura da críca, que para mim, em função do meu alto conhecimento, eu que lido com tais e tipos diferentes da referida, declaro que: ou foi supapo de rola ou solavanco de pica.

É verdade, dou fé, dato e assino.
Maria Francisca da Conceição
Parteira oficial do distrito de Jenipapo".

                           Como o resumo do laudo é um mote em sete sílabas perfeito, confesso que eu não me contive e tasquei esta glosa marota:


Mote:
             Ou foi sopapo de rola
             Ou solavanco de pica

Glosa:
             Restou uma suspeita tola
             “Nas partes” examinada:
             Já nasceu falsificada...  
             Ou foi sopapo de rola!
             Tinha um ”roxo de cebola”
             Por fora e dentro da crica;
             Não havendo mais pelica,
             Sei que houve felação,
             Dedada e fornicação
             Ou solavanco de pica!

        Natal-RN, 15 de agosto de 2012.
              Gibson Azevedo – poeta.

sábado, 11 de agosto de 2012

Chorar é melhor na cama.

o novíssimo Machadão ainda em fase de construção

   Sou isento, já que sou um alecrinense! Entretanto não fiquei alheio a pasmaceira, a preguiça, que as outras agremiações esportivas da nossa cidade tiveram, em não fazer uma justa pressão sobre os Cabeças que nos representavam e ou nos representam na esfera estadual e municipal, para que estes dessem uma solução adequada ao impasse que se daria no período após a derrubada do antigo estádio,  com a construção de um outro no mesmo local, mais adequado e mais moderno como muitos desejavam. Parece-me que, certo mesmo estava o Arquiteto Moacir Gomes, pois, como um visionário lutou à exaustão, para que se construísse o novo estádio em outro local, preservando, desta forma, àquela praça de esporte da “derriba” a qual foi vítima, como todos sabem. Governo e prefeitura adotaram a conduta de “ouvidos moucos” nas suas maneiras de conduzir o problema, que, de certo, adviria daquela solução de continuidade, no tocante a oferta de um local adequado para a prática de esporte, nos torneios de âmbito nacional. Os dirigentes que se sucederam no comando da principal agremiação (o América) que fazia uso daquela velha arena esportiva, como local de mando de campo para os seus jogos, já que não possui estádio próprio, ficaram a achincalhar o seu principal adversário por este ter construído um estádio de menores proporções, nominando-o de campinho de futebol, de chiqueiro, de campo de várzea, e outros tantos epítetos, feitio corriqueiro de ignorantes. Ao invés de encarem os problemas, de frente, e com a veemência necessária para sensibilizar aos nossos políticos, que se mantiveram sempre com promessas vagas nos arroubos do imediatismo e, como vimos, ao passar dos tempos que urgiam inapelavelmente, nada fizeram, ficaram, junto às conveniências daquelas “autoridades”, empurraram as obras estruturantes “com a barriga”, adiaram irresponsavelmente, até não poderem mais, a derrubada daquela praça de esportes, sem cobrarem uma contrapartida no aparelhamento de um velho estádio ou outra solução que equacionasse lucidamente aquele impasse.

Estadio Juvenal Lamartine no seu apogeu
   Pois bem! Como disse, achincalhavam seu principal adversário dizendo que o Estádio Machadão pertencia ao America Futebol Clube, como se verdade fosse, como se pudessem usurpar aquele patrimônio da nossa municipalidade, portanto, que a todos pertencia. O atual dirigente é um  empresário do ramo infrutífero de Bandas de Forró, gênero musical sem música, sem letra musical e sem o mais tênue motivo social, que vive a mutilar as reais manifestações cultural do nosso povo. Assim como, os carnavais fora de época, monstrengo engendrado e adotado na nossa cidade por pessoas que dirigem aquela agremiação esportiva, que usam sem ônus as nossas ruas, intranqüilizando as pessoas residentes nas adjacências daquela parafernália medonha - "arrumado" que somente existe para encher os bolsos de uns poucos apaniguados do poder. Pois, estas pessoas, ao invés de exigirem a ação urgente nas obras acauteladoras aos prejuízos que a derrubada do velho “poema” nos traria, por mais de dois anos, na pratica saudável do nosso futebol, ficaram dando entrevistas (como se alguma coisa ou idéia lícita e de algum futuro eles tivessem a capacidade ou a intenção de nos dar). Recentemente meteram a mão na massa e venderam mais uma parte do já minguado patrimônio daquela agremiação - patrimônio que foi conquistado e construído com a luta de abnegados torcedores e conselheiros do passado -, sem admitirem os muitos erros de gestões pífias, que, quando menos erraram, cometeram o erro, a heresia da omissão. Agora ficam, esses empresários de coisa nenhuma, de empresas que nada produzem, a acusar o seu principal adversário, como sendo, este, o responsável pelas agruras que ora são obrigados a submeterem-se, no transcorrer do campeonato nacional da segunda divisão do nosso futebol.

O moderno Fraqueirão em dia de treinamento
    Acho até que, a Confederação Brasileira de Futebol está, cometendo uma arbitrariedade com America Futebol Clube, não levando em consideração o inusitado dos fatos, que por força da execução da idéia de alguns malucos irresponsáveis, desde a presidência da república até uma choldra de oportunistas domésticos, que viram, no devaneio de um tirano, a oportunidade de ganhar dinheiro fácil expondo, a nossa amada cidade de Natal, ao transtorno de sediar três jogos de pouquíssima importância de uma festa esportiva a “Copa do Mundo” que estamos preparando às expensas do suado dinheiro recolhido ao contribuinte, e que, provavelmente, vai ser usufruída e conquistada pelo selecionado de outro País. Estou a dizer bobagens? Vejam o resultado da disputa da medalha de ouro no futebol masculino, acontecida hoje em Londres!

    Devo dizer ao falastrão Padangue que não manche mais o nome do América, quando em seu nome procura jogar uma cortina de fumaça para que o americano não veja e não considere estes seus atuais imbróglios, como real fruto da sua nanica administração e das administrações (exceção feita a de Hermano Morais) que o antecederam, culpando pessoas e leais adversários que nada tem a ver com o vosso infortúnio.  Leia, se possível, outra publicação de minha autoria que publiquei no meu blog (www.pousodaverdade.blogspot.com), em data pretérita, quando àquela época já indicava a solução para o esperado, o  iminente  impasse..., e que o achincalhamento e a omissão fizeram-na não prosperar. O título da citada publicação: Habemus Stadium.

    PS. E não era o de Caruaru!...


Natal-RN, 11 de agosto de 2012.
Gibson Azevedo – Natalense (Alecrinense).

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Indignação.


    
                  Agradeço a deferência do acaso por eu ser ainda muito capaz de indignar-me... Não engulo certos imbróglios sem antes externar veementemente a minha indômita insatisfação. O que acontece neste momento com a nossa Justiça, sugere que fiquemos alerta ao desenrolar de um possível trote judicial a ser passado contra o orgulho da nossa  nacionalidade. Nacionalidade de Nação livre. Se deixarmos certos acertos de compadrios acontecerem às nossas vistas, seremos coniventes e escravos da barbárie que decerto advirá independente de nossa vontade. Ninguém mais prestará contas dos seus atos, por mais escandalosos que estes possam parecer... Tudo será aceitável! No entanto, teimo entender nada justificar que trapaceiros que dizem serem autênticos representantes do povo, mesmo que oriundos das classes mais empobrecidas da nossa população, e por isto – somente por isto - idolatrados, se esgueirem matreiramente da ação rigorosa e punitiva da Lei.
                       Li a pouco, no matutino Tribuna do Norte, jornal de grande circulação no nosso Estado, um artigo do eminente padre João Medeiros Filho, preclaro imortal da Academia Norteriograndense de Letras, no qual ele enaltecia a Magistratura, e com ênfase, entendia a Justiça como um bem maior, um pequeno reflexo da face Divina... Eu concordo plenamente com o citado e ilustre Cura. Por isto mesmo, conclamo os homens de bem do meu País, a que não deixemos, em nossa terra, enxovalhar a lembrança da face boníssima do nosso Criador. Todo cuidado é pouco!  Em respeito as nossas instituições democráticas, apelo aos patrícios que não deixemos as nossas mazelas se agigantarem, ao ponto de termos, obrigatoriamente, de valermo-nos da “desobediência civil” como lenitivo à desolação que ao comando de milícias,  certamente prosperará neste fétido caldo de cultura que se tornará a nossa Nação: Sem ordem e sem lei.
O beijo indecente
                       Aqui, um beijo indecente de bêbados... Esse sujeito alvinho, atualmente usa meia-barba, certamente para disfarçar a evidentíssima cara de pau a qual é possuidor. Ele foi “baba-ovo” do PT por vários anos, empenhou-se de corpo e alma na defesa de alguns mensalãomaníacos – dos mais graduados-, apesar de não contar no seu currículo profissional (de advogado) nenhum brilho..., nem com luzires emprestados. Agora, para fazer alguns serviços (de serviçais) pouco recomendáveis a homens probos, nota-se uma real desenvoltura neste obscuro cavalheiro... Este notório “xeleleu de porco gordo”, que caiu de pára-quedas na mais alta corte da nossa Magistratura, se acha com competência – o que duvidamos - e isenção para julgar malandros que foram, até pouco tempo, queridos personagens, alvos de sua dileta amizade e dos seus cuidados “profissionais”.
                           Nós brasileiros, deveríamos abrir os nossos olhos e tentar enxergar o verdadeiro enredo desta detestável ópera bufa, que se desenrola por trás desta nociva cortina de fumaça.

            Natal-RN, 06 de agosto de 2012.
    Gibson Azevedo da Costa – Brasileiro.
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