quinta-feira, 28 de novembro de 2013

São poucas as gentilezas...



                   Recentemente, o querido vate Jesus de Rita de Miúdo, amigo das terras do Seridó-RN, publicou matéria no blog bardeferreirinha,  na qual mostra, com muita jocosidade, uma foto onde  temos em primeiro plano uma baita de mulher, bem dotada na forma e direção que quisermos olhá-la. No entanto, de propósito, ele somente enxerga um velhinho com a imagem apagada, de pouca nitidez, vez que, o dito se encontra por trás daquele monumento da natureza. Assim mesmo, a ênfase do caríssimo poeta é justamente àquele exemplar da terceira idade e os seus privilégios legais...         É falta de educação mesmo!  Eu endosso...
                No caso, Miudim falou pouco e disse muito:

               Há um ditado oriental que diz 'olhai como eles tratam os seus velhos, e sabei se são bons ou não'.
              Mas, macho véi, no Brasil tem sido difícil encontrar quem olha bem pelos idosos.
              Tirando fila de caixa prioritário, de banco de praça a corredor de hospitais, ninguém olha bem para o ancião.
              Tem cabra que enxerga tudo, menos a fragilidade de um velhinho.
              Veja na foto abaixo como o velhinho se apresenta com um semblante constrangido por estar de pé.
              Qual velhinho? Aquele ali, de casaquinho azul, segurando na barra, com uma folha de ofício na mão, rapaz.

MOTE
É falta de educação
Não olhar para o idoso

GLOSA

Deixar de pé o ancião
Não lhe ceder o lugar
Não deixá-lo se sentar
É falta de educação
É ter perdido a noção
Num gesto até afrontoso
De humano impiedoso
Que não pratica a bondade
É falta de caridade
Não olhar para o idoso.

Jesus de Rita de Miúdo.
Acary do Seridó (RN)

Aqui eu também demonstro a minha modesta opinião de repúdio ao descaso para com os velhinhos:

Mote:
             É falta de educação
             Não olhar para o idoso.
Glosa:
             Chega a ser uma agressão
             Tornar um velho” invisível”,
             Além de não ser possível
             - É falta de educação...
             Desde o mais alto escalão,
             É um fato horroroso,
             Que me deixa furioso:
             No meio de tanta gente,
             Ver um Cabra indiferente
             Não olhar para o idoso!...

    Natal-RN, 26 e novembro de 2013.
            Gibson Azevedo – poeta.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Os arautos da vergonha.




Seguiram à risca os ditames da esbórnia.
                            Aqui está um alerta para não nos deixarmos enganar pelos falsos reclamos dos apenados Dirceu, Genoíno e Delúbio, que descaradamente se dizem inocentes. Parece que estes Trastes acreditam naquela falsa teoria da mídia moderna, que diz: se uma mentira for dita muitas e repetidas vezes, fatalmente, depois de algum tempo de prática se tornará uma verdade. Só pode ser isto.
 
Mote: 
Três cachorros da “mulesta”
É o choro dos mentirosos.
 
Glosa: 
Ressaca de fim de festa
No processo “mensalão”:
Levaram para a prisão,
Três cachorros da “mulesta”!
Todos os três tinham na testa
Uns letreiros luminosos,
Que diziam: “CRIMINOSOS”!
Afastem destes bandidos,
Que o grunhir desses Fingidos
É o choro dos mentirosos!

Natal-RN, 19/11/2013.
Gibson Azevedo – poeta.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Fartura tem na Holanda!...




Esta matéria é do meu amigo e poeta Jesus de Rita de Miúdo, das terras do Acari-RN. Trata-se de uma verdadeira peça; uma obra de arte. Mandei-lhe também, carinhosamente, a minha modesta colaboração poética, invocando aplausos ao conterrâneo Zé Bento neste impagável tema, impar, e de uma indizível beleza brejeira. Palmas!


A holandesa do Zé Bento de Raimundo Pomba Mansa .
Deus é grande, meus amigos!
Essa seca da moléstia está acabando com o rebanho do sertão nordestino.
Até Zé de Bento do finado Raimundo Pomba Mansa, cabra lá do Sítio Castanha do Boi, município de Cruzeta, terras vizinhas ao meu Acary, tudo no nosso querido Seridó Potiguar, depois de perder todo o seu gado deu de inventar de passar a corda no pescoço. Queria morrer de desgosto pelas perdas, de fome e de agonia. E de corda.
Sua felicidade foi Tequinha de Mané Cisterna, prima de Geraldo dos Candeeiros que também morreu de aperreio depois que a luz elétrica chegou pelos sertões. Pois bem, Tequinha viu quando o cunhado passou falando sozinho com uma corda na mão e, já imaginando o pior, chamou Chico Rôla Cega para seguirem o abilolado.
Foram lhe encontrar debaixo de um Juazeiro, meio tonto, meio choroso, sentado num toco velho e carcomido, já escrevendo com um picado de carvão num pedaço de papel de saco de cimento o último bilhete de desculpas pela covardia, destinado à mãe e ao irmão Dondon, marido de Tequinha.
Salvaram-lhe a vida com argumentos benditos!
Pela sorte de ficar vivo, Zé de Bento - ou de Bentin, como muitos o chamam - solteirão convicto, foi levado para a capital a fim de esquecer o gado perdido e a vida de comer, ele próprio, xiquexique queimado.
Na capital, Pedro de Galão e Érriçon Forde (escrito assim mesmo), seus dois primos, se ocuparam de lhe mostrar as coisas da cidade grande com o intuito de espairecer as intenções suicidas de Zé de Bento.
Por sorte o desatinado conheceu pelas areias brancas da praia de Ponta Negra essa estrangeira amistosa da foto, holandesa das adjacências rurais de Utrecht.
Foi paixão dupla, reciprocidade de tesão logo no primeiro olhar.
Zé de Bento, bruto, acavalado, quase um burro xucro, acostumado a lida de dificuldades, viu na branquela uma oportunidade de não mais passar fome. Jumento de tudo ele não é.
A estrangeira, por sua vez, dada à frieza da carne branca dos moços das suas plagas, viu na pele curtida pelo sol, um quase couro, de Zé de Bento a oportunidade de sentir o calor que faz lá no sertão dele, e nunca nas terras baixas dela. Coisa do acaso.

E o poeta filho de Dona Ritinha de Miúdo, que deveras nada tem a ver com essa paixão avassaladora que domou o seridoense retirando-o de sua convicção de solteiro, sabendo dessa quase prosopopeia real pensou em Zé de Bento cantando os seus aboios lá pelas estradas vicinais de Utrecht, tangendo vaca malhada entre os concelhos holandeses, cheirando bosta de gado estrangeiro enquanto é observado por sua mulher tricotando num alpendre e, quem sabe, olhando de soslaio para esse amor platônico vá rimando só para si o velho e bom Zé de Bento:

Eu quero mamar cem anos
Pendurado nesses peitos

Eu já tracei os meus planos
Não quero passar mais fome
E antes que ela me dome
Eu quero mamar cem anos
Nos dois seios soberanos
Quebrarei os meus preceitos
Nesses mamilos perfeitos
Virarei um bezerrinho
Mamando bem de mansinho
Pendurado nesses peitos.

Pedro de Galão me disse que Zé de Bento anda feliz e endinheirado. Mas folgado que a bexiga taboca, empolado feito pinto em merda.
Pense!

Miudim! Aí vai a minha contribuição para festejar o sucesso deste nosso confrade Zé Bento de Raimundo Pomba Mansa, homem da região do Seridó potiguar, que conseguiu tal êxito depois de uma desdita que o nosso clima fez com o mesmo. No entanto, com a ajuda de parentes e amigos, o cidadão descobriu a fartura de outras terras, como podemos ver neste instantâneo, e dela nunca mais se afastou. Como se vê, o aperreio lhe deu alguma esperteza...

Eu quero mamar cem anos
Pendurado nesses peitos.

Pra curar meus desenganos
Apojo de boca cheia...
Se meu libido incendeia,
Eu quero mamar cem anos.
Já sofri dias tiranos,
Já vivi sonhos desfeitos,
Já cavuquei muitos eitos
Sem conseguir resultado,
Hoje eu vivo amparado,
Pendurado nesses peitos!


Natal-RN

12/ 11/2013. Gibson Azevedo – poeta.
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