Ação do tempo
Depois
deste período de quase dois meses sem que eu atualizasse o meu blog, espaço
cibernético que me dá tanta satisfação deu-me também, a certeza da minha
maneira sazonal de escrever. Basta uma pequena desculpa para que eu me
“enfronhe” na preguiça e de minha cabeça não saia uma vírgula sequer. Apesar do
despropósito das desculpas, pensei à toa e lembrei-me de um poema, uma décima
em sete sílabas, que fiz por ocasião do aniversário de quinze anos da minha
sobrinha Beatriz. Nada poderia ser mais maluco, levando-se em consideração que
tal poema eu dedicava a uma jovem impúbere, no florescer de uma nova vida; idade quando tudo parece ser mais bonito, e as
cores das manhãs de um brilho incomum, parecem advindas de uma Aquarela Divina.
Neste momento impar na vida de uma mocinha, aparece o velho azedo a lhes sussurrar
coisas desbotadas, encardidas e encarquilhadas. Foi horrível! Tanto que, eu
coloquei, ao lado desta “Ode ao desgosto”, minhas escusas à aniversariante nas
seguintes palavras:
Minha cara
sobrinha Beatriz, não leves muito a sério o poema ao lado, pois se trata da
visão de um velho (seu tio). Ocorrerá na sua vida – que seja longa – mil
venturas, vindas principalmente do exercício diário da virtude e da verdade –
caminhos que levam à felicidade. As agruras, os percalços, lhes serão amenos na
Graça de Deus.
Vejo o ocaso chegando,
No tempo, penso e
medito:
Este déspota maldito,
Que mais e mais vai
passando...
Intimamente marcando,
Deixando, a
contragosto,
Perplexidade e
desgosto,
Numa existência
fanada...
Restando bem pouco ou
nada:
Tristeza e marcas no
rosto!
Natal-RN, 23/fev./2007.
Beijos do tio Gibson
e família.
Gibson Azevedo (poeta).
Gibson Azevedo – poeta
Natal-RN, 27/abril/2012.