terça-feira, 20 de maio de 2014

Só uma pequena diferença.

           Uma querida prima mandou-me uma charge que havia visto no facebook e pediu-me para versejar sobre o assunto, vez que, ela sabe que eu sou frontalmente contra alguns títulos honoríficos dados, sem o devido mérito, ao ex presidente (licença para o uso da má palavra) Lula, por algumas universidades, em troca de sabe-se lá o quê. Tive imenso prazer em realizar tal tarefa. Vejamos:

           Aí está, prima Olívia, a diferença entre estes dois animais:

Mote:
           Com uma letra a separar
           Do Lula pra dita Mula.
Glosa:
           Todos dois são de zurrar
           Produzindo o mesmo efeito...
           O nome é do mesmo jeito
           Com uma letra a separar...
           Para os dois apresentar
           Vê-se uma diferença chula:
           Um dá coice quando pula;
           Um diz merda quando fala;
           E um mau cheiro é o que exala...
           Do Lula pra dita Mula!


        Natal-RN, 20 de maio de 2014.
               Gibson Azevedo - poeta

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Carta para o Jesus.




                                                  Carta para o Jesus.

               Aí vai a minha contribuição, Miudinho(Jesus de Ritinha de Miúdo). Refiro-me àquela matéria na qual o Bispo Adelino de Jundiaí - espertalhão mor destas igrejas de fundo de quintal - prometia restaurar a virgindade das moças que na sorrelfa já haviam sido iniciadas na vida sexual. Convidava  a todas elas para, gratuitamente, comparecerem a sua "Santa Igreja", assegurando-as  que num período de quatro semanas usando o "óleo santo de Jacó", teriam de volta o seu lacre virginal.
               Amigo Jesus, gostei muito da sua glosa sobre o inusitado assunto... Faço aqui a minha homenagem poética a este espantoso milagre, enaltecendo o destacado milagreiro:

Mote:
              Se perdeu o seu cabaço
              Procure o bispo Adelino
Glosa:
              Descarte o embaraço,
              Esfrie a sua cabeça,
              Não chore, não se aborreça,
              Se perdeu o seu cabaço...
              Pois se gostas do bagaço
              De um namoro clandestino,
              Se já teve até menino,
              Não fique a cair no pranto
              Que a cura é o “óleo Santo”...
              Procure o bispo Adelino!

            Natal-RN, 13/ maio/ 2014.
              Gibson Azevedo - poeta

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Um irmão que se foi.

Festa dos trinta anos do bar do Mário Barbosa.

Mano em foto mais recente. Ainda sorrindo, de bem com a vida.
        Um irmão que se foi.
            Venho tristonho, comunicar aos meus amigos o falecimento do poeta, meu colega, amigo e compadre, Justiniano Homem de Siqueira, popular e carinhosamente conhecido como Mano, que há mais de uma década lutava estoicamente contra uma grave doença, que infelizmente o vitimou. Fato ocorrido ontem 1º de maio, dia do trabalhador. Visitei-o por diversas vezes nalguns hospitais da nossa cidade, quando este convalescia em outras fazes daquela longa luta e nunca o vi esmorecer do desejo férreo de viver. Já agora, na fase final deste embate, quando as sequelas daquele combate se faziam evidentes, nunca percebi arrefecer a sua vontade de superar àquelas adversidades que tolhiam a sua saúde.
                        Tivemos um relacionamento de amigos em toda sua plenitude. Convivemos com harmonia mesmo com as nossas diferenças. Mano era um homem polêmico como todo grande ser humano. Era um idealista, mas apesar das nossas diferenças políticas, isto jamais representou algum óbice, algum tipo de balizamento ante a nossa sincera amizade. Até porque tratava-se de uma pessoa espontaneamente solidária. Quando se deparava com as dificuldades na vida de algum ser humano, mesmo que aquele necessitado estivesse fora da convivência sadia das suas amizades, atendia-os sempre na medida do possível. De forma natural, muitas vezes anônima. Era naturalmente um arauto da alegria. Através da sua música trazia, de forma gratuita, os bons ventos da felicidade, a satisfação do existir em todas as ambiências que a vida lhe proporcionou, humilde, brilhar com a sua presença. Luziu alumiando a vida dos mais humildes. Na realidade, eu, que sou um pequeno ser vivente, sinto-me ainda menor, agora, na certeza de sua ausência. A nossa querida Natal perde decerto um grande homem, e fica um pouquinho mais órfã, no seu manancial de decência e cidadania.
                         No burburinho das despedidas fúnebres lembrei-me de um recente momento que juntos participamos, a festa dos trinta anos de fundação do bar do amigo Mário Barbosa. Quis o destino que este viesse a falecer poucos meses após àquela memorável festa. Naquela oportunidade saudei ao amigo Mário com uma poesia de minha lavra. Refiro-me a uma glosa que teve como base, um mote que o poeta Pinto do Monteiro deu para o grande tribuno paraibano Raimundo Asfora glosar sobre aquele tema. Confesso que achei- o muito forte e sugestivo à vida humana. Talvez por isto, cometi a heresia de glosar também baseando-me no referido mote. E foi com esta poesia que eu fiz aquela singela saudação. O compadre Mano apesar de já muito debilitado, à época, compareceu àquela reunião de amigos, e naquele momento dirigiu-se a mim solicitando-me uma cópia daquela peça, tendo eu prontamente atendido ao seu emocionado pedido de poeta.
                          Hoje, dentro da minha tristeza, encontro conforto em editá-la, despedindo-me do amigo com este expressivo até breve, um “inté mais vê”! Quem sabe nos encontremos numa outra vida. A “verdadeira vida”!...

Mote:
Eu vou enganar a morte
Pois viverei depois dela
Glosa:
Não é que muito me importe,
Se vou agora ou depois,
Mas neste jogo, a dois,
Eu vou enganar a morte.
Não é caso de ter sorte,
Astúcia ou escapadela,
Vou galopando na sela
Do destino, em disparada,
Ao tempo, além da virada...
Pois viverei depois dela!

Natal-RN/ out./ 2013.
Gibson Azevedo.
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