segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Finalmente, um justo reconhecimento.


Algumas tomadas fotográfica deste dia, no qual foi feito a homenagem via imprensa deste segmento.

Banda dos anos sessenta com o impagável Reinaldo Azevedo no seu solo de guitarra.

Logo abaixo, o número do tablóide "O botequeiro" que destaca a figura de Mário Barbosa.



















Finalmente, um justo reconhecimento



Neste sábado último, dia 18 de setembro, para a surpresa de muitos, o reduto natalense prenhe de simpática boemia, o Bar do amigo Mário Barbosa, lotou mais uma vez as suas dependências. Só que, desta vez, para a sociedade burguesa e intelectual da nossa amada urbe homenagear, a figura impar - por ser simples - do taverneiro anfitrião daquela bem postada Venda de produtos etílicos. Ali, sábado à tarde, houve o justo reconhecimento ao homem simples que trava, desde as primeiras horas do dia, uma luta diuturna com o seu amado labor; só interrompida quanto à noite já se faz tarde. O ofício deste homem é nobre, se melhor o analisarmos. Dentre as muitas funções que incorporam o seu mister, destaca-se o minorar dos sofrimentos dos seus fregueses, com o deguste dalguma bebida e o parolar à toa dos assuntos. A maioria, sem a menor importância. No entanto, mais que suficiente para aparar as arestas da vida.
Bem, o jornalista João Dias – o Joãozinho Dias – iniciou, há alguns meses, uma maneira singular de enaltecer os muitos botecos da nossa Capital e alguns de interior do nosso Estado, colocando, às escâncaras, a incalculável importância desta atividade comercial para a vida do ser humano, na árdua luta do cotidiano. Com isto, o nosso turismo só tem a ganhar (se a atual Prefeita deixar..., já que tem proibido, à revelia da vontade da nossa população, as aconchegantes mesas nas calçadas; antes, cheias de serenatas!...). Pois bem, este irrequieto jornalista, no seu tablóide “O Botequeiro”, vem, a cada numero editado, fazendo sua homenagem aos pequenos empresários que se dedicam, como num sacerdócio, ao labor do bem-servir. Já tivemos como homenageados: o saudoso Lourival, do bar com o mesmo nome (que foi entrevistado poucos dias antes da sua morte); o amigo Odemam, e sua esposa dona Sílvia, da tradicionalíssima Confeitaria Atheneu; e agora o dileto amigo Mário Barbosa, que reina, absoluto, na boemia das cercanias do charmosíssimo bairro “Barro Vermelho”. Continue assim, caríssimo Joãozinho Dias, o natalense airoso certamente lhe agradece.


Natal-RN, 20 de Setembro de 2010.

Gibson Azevedo – poeta.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Olvidáveis









Olvidáveis







Com surpresa me dou conta:

Contigo não sonho mais...

Ademais, não só dormindo.

Nunca mais aos pensamentos

De tua imagem, seu existir.

Tão companheira, sem nunca ter sido...

Em verdade, nunca soubeste

Dos desejos de minh’alma,

Despertados pelos descasos

Do seu langor inocente,

Diligente... De pouco viço.

Não havia de prosperar!...

Restou-me aquela imagem morena de lua,

Tenra e nua na desvairada ilusão;

Com quem, pasmo, já não sonho.

Se sonho, acordo...

Já não lembro!...



Natal-RN, 09 de setembro de 2010.
Gibson Azevedo - Poeta

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um pouco de reflexão - O tempo


( Eu e papai - Ivan Alves da Costa - o mesmo olhar)





O tempo


O mundo nunca foi nem jamais será o mesmo; pois, o seu feitio*, encontra-se sempre numa eterna transformação nos seus reinos materiais, vivos ou não, ao sabor dos sons surdos das eras*. Eras antigas, cobertas de heras*..., limo* dos tempos, azinhavres* seculares de incontáveis períodos. Todavia, como manda a boa lógica: "o passado e o futuro não existem!"; devemo-nos ater ao presente, que solitariamente restou-nos desta interessantíssima reflexão. O passado fínou-se ao exaurir-se o presente. Passou e não mais existe (deixou-nos, entretanto a reles impressão de nos agraciar com alguma experiência, quando na realidade só o presente importa). O futuro..., deveras, é mais fictício que o passado. Este, nunca aconteceu; não nos pertence..., fica por conta do tempo, essa medida inventada...

Apesar da certeza da ineficácia das surreais imagens do passado, porquanto já haverem existido, constata-se que: no mundo antigo, os objetos, os artefatos, os mecanismos, as idéias e tudo o mais, eram concebidos e executados de forma rebuscada; enaltecendo, alem do efeito ou do uso propriamente dito, o seu aspecto, seu acabamento; premiando-nos com um visual suavizado nas curvas e nos contornos. Na atividade fabril*, pecava-se por um excesso de zelo; onde não importava o uso farto de material, no reforço e na aparência - hoje, desnecessário aos canhestros objetos da indústria moderna, que prioriza ao brilho das tintas e vernizes, e aos mecanismos de desempenho temporário, luzindo e zunindo, sonorizados, a iludir nossos egos* de bobos...

Alguns avanços evidenciaram-se em concordância com a evolução do "pensamento humano" - redundância? -, no desenrolar imperturbável dos milênios. Notaram-se melhorias nos transportes, na produção de alimentos, na preservação da memória, nas comunicações e na diagnose químico-eletrônica de algumas doenças. Afora isto, poucas benfeitorias genuínas pôde-se creditar aos tempos modernos. Os aparelhos, os objetos, os mecanismos fabricados em priscas datas, geralmente, não se faziam acompanhar de nenhum certificado de garantia. Estes eram desnecessários; pois aqueles produtos duravam uma vida! Um tempão! Tem deles, que ultrapassaram de um século ao outro, com "banca" * de bicho novo. Conservaram-se, não se sabe como, com improváveis resquícios de beleza e serventia.

O fabrico moderno, os seus produtos*, intencionalmente, não ultrapassam à primeira década, sem que haja a sua transferência infamante para uma lixeira ou na melhor das hipóteses para uma sucata. Não proporcionariam bons lucros, se durassem em demasia... E não permitiriam o amealhar descomunal na construção de nocivas e incalculáveis fortunas.

O que nos vendem são cacarecos de reinados curtos, brilho fugaz, vidas meteóricas. No entanto, pode-se ouvir dizer:

"Essas tralhas todas, são imprescindíveis à vida humana!"
Serão? O homem, não viveria melhor sem essa parafernália?* Serão mesmo, imprescindíveis?

"Mas, os tempos modernos, deram aos seres humanos uma maior expectativa de vida; vive-se, atualmente, até uma idade mais avançada, etc., etc., etc."

Diante dos argumentos supracitados, ensimesmamo-nos com a intenção de refleti-los; avaliando uma sobrevida antí-natural, segregária, limitante e castradora, ousamos perguntar:

- E quem disse que o ser humano teria a obrigação de viver até largar à pele dos ossos? Já observaram o aspecto geral de algum ser senil? É revoltante!

* * *

Se, se vivia melhor no passado, são temas de muitas e acaloradas discussões. Contudo, cuidamos haver, nos tempos idos, a possibilidade de uma vida mais salubre. Essencialmente, para os mais pobres; habitantes que eram de ambientes mais arejados e secos, e em condições menos estressantes* que as advindas do constante, insistente, miserer* de vida dos dias atuais. Atualmente, olhamos à pobreza e encontramos miseráveis. No passado, quando, involuntariamente, nascia-se pobre, sobrevivia-se à duras penas; contudo, mantinham-se valores; tinha-se honra.

A felicidade cobria com seu manto invisível as alminhas inocentes dos nossos irmãos do passado. Estes nem se davam conta da sua presença. E o que é ser feliz? Talvez sejam, pequenas coisas..., ou até mesmo nossas manias, cacoetes* e defeitos... Nada nos assegura do contrário!
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