quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Homenagem a Givaldo

Participo com muito gosto do Sarau lítero-cultural na sede do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Norte, onde se apresentam poetas, escritores, repentistas e performáticos em geral. Esses encontros têm como finalidade precípua, a fomentação e descoberta de novas vocações e expressões culturais. Naquele local tudo é feito às claras, sem visar-se qualquer auto-realce ou destaque e sem amealhar, à solerte, alguma soma. Tais reuniões acontecem, à noitinha, nas duas primeiras quartas feiras de cada mês. Por vezes, algumas palestras são proferidas por pessoas de relevância na nossa sociedade, quando, a critério do palestrante, vários assuntos são abordados.

Há coisa de quinze dias tivemos a honra de receber o renomado Cirurgião Dentista, o Dr. Givaldo Soares, que, com contagiante simplicidade, tratou de duas paixões brasileiras que se interligam: o Futebol e a Música; objetivamente, desde os primeiros anos do século vinte, até a conquista do nosso primeiro Mundial de futebol. (Isto, nos idos de mil novecentos e cinqüenta e oito.) O assunto é, para nós, apaixonante!... Somente sendo brasileiro para sentir, a demasia da paixão do nosso povo por este amado esporte, e a nossa, não menos amada, música popular. Essas paixões se completam..., e se entrelaçam como se fizessem parte de um só corpo. Poucos povos possuem estas singulares características.

O Dr. Givaldo Soares houve-se muito bem; sendo, por muitos, saudado ao término de sua prédica. De minha parte, dediquei-lhe um poema que havia concebido já há alguns anos. Contudo, achei oportuno fazê-lo naquele momento: votá-lo a uma pessoa por quem tenho grande amizade e pura admiração. Trata-se de uma mistura de sentimentos na organização concreta do ser humano, a partir de coisa(s) inanimada(s):

As pedras


As pedras que rolam no leito,

São as mesmas que endurecem o peito

E são as que do mesmo jeito, rolam no eito...

Palmilham-nas pés andarilhos, nus, com algum defeito;

Agregam-se, atraem-se, dão forma ao que está feito;

Formam os sonhos, talvez insanos, em um sono rarefeito!...

Natal-RN,/Dez./1998 (Gibson Azevedo – Poeta)

2 comentários:

Poeta do Penedo disse...

Caro Gibson

tertúlias apaixonantes devem ser essas. Realça do viver brasileiro duas componentes: o futebol e a música.
O vosso futebol é magia bailada.
A vossa música é magia cantada.
Na minha particular discoteca guardo imensos temas de outros tantos cantores do Brasil. Mais até, muito mais, do que de Portugal. Existem melodias daí que fazem parte do património melódico da humanidade. O seu país é um monumento na arte de representar, na arte de jogar futebol e na arte de fazer música...bem como na de escrever.
Quanto de história humana pode ser contado nas pedras que no leito rolam.
Parabéns meu amigo. Belo momento este.

Gibson Azevedo disse...

Agradeço o comentário, dileto amigo Poeta do Penedo.

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