sexta-feira, 2 de julho de 2010

Se é assim...



Se é assim, é dar sopa para o azar!


Não acredito em sorte. Muito menos no azar!... O acaso, se é que existe, não passa de mera formalização no jogo das probabilidades. Assim reza a lei de Murphy (Edward Murphy):“se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará.” Assim também aconteceu, com a nossa Seleção de Futebol na Copa do mundo de 2010. Ora, desde o início algumas raposas velhas do nosso futebol, ciosos nos seus ofícios, mostraram-se reticentes e mesmo frontalmente contrários, a ocupação do cobiçado cargo de técnico do time mais festejado na face da terra, por um obscuro ex-jogador, sem um maior preparo técnico e intelectual para ocupá-lo, com a desenvoltura que o citado cargo exige. É verdade que a Copa passada que aconteceu na Alemanha - já unificada -, nossa Seleção foi um verdadeiro vexame de descaso e desorganização. Fizeram daquele torneio um balcão de negociatas, onde os principais envolvidos, foram: os chefes da nossa confederação, mancomunados com os chefetes da FIFA, empresários e patrocinadores. Personagens estes, que, o que menos visavam eram os bons resultados esportivos, que falam e tocam forte aos ouvidos e corações – alma - da inocente população brasileira. Naqueles dias, só o pior dos cegos (aquele que não quer enxergar) não percebia, a festança e a “gastança” que jogadores apaniguados das supracitadas forças malévolas, gozavam, de férias indevidas, vergonhosa vilegiatura. Alguns deles pesavam mais de oito arrobas; e ainda diziam-se atletas. Não me refiro àquele esculacho, próprio da esbórnia, vivido na prática pelo escrete canarinho em terras germânicas. Aquilo foi o paraíso da imprensa picaresca (infelizmente próspera no nosso país), que ao invés de dar trabalho aos bons jornalistas, acolhem com o carinho próprio das comadres, a uma choldra de comediantes, uma canalha de engraçadinhos a dizerem e divulgarem “lesa-notícias”, massageando o ego de jogadores despreparados, usando a ferramenta do sagrado ofício de bem informar, para transformar um assunto sério como o futebol, numa coluna diária de socialites e de Bufões canhestros e desocupados. Não é a isto que me refiro. Embora, tenha sido a mecha que acendeu o pavio factual da atual debacle.

Desta vez, a nossa toda-poderosa CBF, alegando que os erros do passado não poderiam ser levianamente repetidos, colocou no comando técnico da nossa gloriosa Seleção, um Sargentão truculento e despreparado, que exibe, ao menor aperto, o olhar vago e perdido dos possessos. Cuidando assim, que este ato de escolha de afogadilho, para este cargo tão importante, fosse a panaceia para todos os nossos males, quedou-se num maléfico imobilismo de satisfação enganosa, pelo anseio gratuito do ganhar os louros de vitórias, por antecipação. Ledo engano!... Aos que não quiseram enxergar, restou a falsa ilusão dos títulos menores conquistados ao acaso. Diziam: vejam, se o Dunga não sabe nada de futebol, como é que ganhamos a Copa América, a Copa das Confederações e nos classificamos por antecipação nas eliminatórias da copa do Mundo? Ah! Ele tem sorte!

Senhores patrícios, a sorte - ou fortuna como queiram – segundo Maquiavel, na sua memorável e absurda mensagem machista, diz: “que pelo fato dela ser mulher, como elas, parece pender o seu favoritismo para os homens que as destratam e surram-nas.”

Mesmo não concordando com a assertiva daquele louco medieval, não custa perguntar: será por isto que Dunga obteve estes brilharecos iniciais, para finalmente perdermos vergonhosamente a Copa do Mundo, tendo o Cabo das “Tormentas” como testemunha?

Não acredito em sorte ou azar. Vamos reconhecer o valor da competência! Vence, quem apresentar-se com o melhor preparo; e fundamentado em uma hercúlea vontade de vencer. De resto, tudo o mais é “Foquelore”. Ou, se não, é dar sopa para o AZAR!...


Natal-RN, 02 de Julho de 2010.
Gibson Azevedo da Costa.

2 comentários:

Poeta do Penedo disse...

Caro Gibson
Na realidade a vossa selecção, com o passado mais glorioso do planeta, com essa imensa fábrica de fazer excelentes jogadores, tem a obrigação de fazer muito melhor do que fez na África do Sul. É certo que um passado glorioso mais não dá do que curriculum, porque para se ganhar não é o passado que vai jogar, mas sabemos que os vossos jogadores continuam a ser óptimos. Na verdade qualquer coisa falhou.
Por aqui não simpatizamos muito com o Dunga, desde que ele afirmou que a selecção portuguesa é o Brasil B, muito embora alguma razão tenha nisso. Sinal de que os nossos valores futebolísticos se estão a extinguir, e pelo andar da carruagem, com os grandes clubes a apostarem forte em jogadores estrangeiros, um dia destes vamos mesmo ter o Brasil B na selecção A de Portugal.
Saudades deixou o Scolari. Foi um homem extraordinário. Conseguiu mobilizar um país inteiro.
Resta-vos, tal como a nós, lamber as feridas da desilusão.
Um grande abraço.

Gibson Azevedo disse...

Meu caro Fareleira, "feio não é perder; lastimável é perder feio!"
O brasileiro não admite.
Grande abraço.

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