segunda-feira, 23 de julho de 2012

Pirarucu (2ª parte).



                                                       Pirarucu(2ª parte)

  

Pirarucu, alguns chegam a alcançar quase três metros de tamanho.
               O Nordeste brasileiro sofre de tempos em tempos os efeitos terríveis do flagelo da seca, que, não obstante apresentar-se de forma episódica, encorpa também certa sina cíclica, espalhando a desgraça e a miséria nestes períodos sinistros onde o capital amealhado à duras penas, com enormes sacrifícios, é bestamente destruído penalizando alem do homem com a terrível devastação nas terras herdadas dos seus ancestrais, penaliza também a própria natureza, subtraindo-lhes a fauna e a flora. Por conta da insegurança causada por essas tramóias perpetradas pelo nosso clima, é que  o nordestino optou por cultivar espécies vegetais mais resistentes aos climas secos de solos áridos. Da mesma maneira o fez com animais mais adaptados como os caprinos e o gado mestiço (bovinos). No entanto, ao assumir tal conduta derrubou as matas nativas, onde existiam plantas naturalmente adaptadas as intempéries do clima de pouca densidade pluviométrica, como:  xique-xique, mandacaru, cardeiro, coroa- de- frade, bromélia, oiti, facheiro, trapiá, macambira,faveleira,carnaúba, craibeiras, pereiro, oiticica, juazeiro, mofumbo, jurema-preta, etc., tec., etc., deram lugar a descampados destinados a criação de animais e a imensos roçados, de vulneráveis monoculturas, satisfazendo a ganância do lucro fácil, no plantio e benefício do ouro branco – o algodão.   
A pesca predatória quase o leva a extinção, mesmo no Amazonas.
                 Desmatou-se o solo tanto para abrir os espaços, quanto para utilizar a madeira como fonte de energia de uma indústria incipiente movida a máquinas a vapor.  Parte dela foi transformada em carvão para alimentar pequenas fornalhas. Outra parte foi utilizada como material de construção. De sorte que, o nosso solo já há muito erodido transformou-se, incapaz que ficou de captar e absorver as parcas e erráticas chuvas, em paragens desérticas sujeitas à ação nefasta dos ventos alísios, das virações. Quando sumiram nossas matas nativas – substituídas, que foram, por monoculturas que feneceram sob o ataque de pragas terríveis, para as quais todos os esforços despendidos em seu combate se mostraram  ineficazes – secaram nossos rios, barreiros, lagoas, açudes e barragens. Alguns deles tornaram-se esgotos fétidos e sem vida, cheios de dejetos industriais nocivos e venenos terríveis, usados na lavoura por homens ignorantes e, portanto, despreparados. E assim, completando este quadro de tristeza, morreram ou afastou-se do nosso convívio a maioria dos nossos animais, principalmente- é desnecessário dizer – os aquáticos.





                             No meio destes, sumiram do Seridó os impressionantes pirarucus...







                                     Natal-RN, 23 de julho de 2012.
                                                       Gibson Azevedo - Seridoense.                 

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