quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Noite de Festa

Mais uma coisinha antiga para o deleite dos caríssimos leitores:

Bebemos muito, numa passagem de um ano em casa de parentes diletos. E no decorrer da festança, perdemos a noção do tempo e do ridículo, pois já tínhamos a presença dos primeiros raios solares do primeiro dia do ano, sem que, nós, retardatários, notássemos a necessidade urgente de recolhermo-nos às nossas casas, Era uma maratona sem vencedores, pois não sabíamos o que disputávamos. Beber por beber, ora bolas! Como de costume, nestas ocasiões, não existia mais no adiantado das horas, seriedade nos assuntos. E a pieguice dava a tônica às conversas.
Lá pras tantas, um dos sujeitos mais encharcados que os demais, ilustrando seus comentários, citou um dos Papas da igreja católica, sendo, de imediato, confundido com uma figura menor, pra não dizer vulgar, militante na política de nossa cidade. Esta foi a “deixa”, que aproveitamos de chofre, para encerrarmos aquela reunião interminável.
Como aquelas bizarras lembranças, insistiam em permanecer bem vivas em minha memória, resolvi documentá-las em forma de sátira:


Noite de festa

Já deviam processar
E no embalo julgar...
Um bêbado, porque falou;
Respondendo outro zurrou...
Também merecia o castigo,
Por discordar do amigo
E não cometer o engano,
De mexer com o Vaticano,
Com os Bispos e os Cardeais
E com muitos outros mais...

Falavam de coisa à toa...
Quase sempre de mulher boa;
Das coisas novas e antigas...,
Das discussões e das brigas
De galo e do futebol.
Fazendo fita e farol,
Com um linguajar rebuscado,
Tendo o Papa Pio, citado,
Interpelaram ligeiro:
Que Pio? Pio Marinheiro?



Natal-RN, Jan. de 2001.
Gibson Azevedo - poeta

7 comentários:

Poeta do Penedo disse...

Quando através de um poema se tem o condão de fazer rir, é porque se tem talento.
Pela descrição que li, as noites de boémia, e particularmente as de passagem de ano, tanto no Brasil como em Portugal, são iguais.
Porque a amizade é universal.

Com amizade

Gibson Azevedo disse...

Tens razão, nobre amigo, tudo não passa da mesma patuscada. Aqui e alhures.
Abraços fraternos de Gibson Azevedo.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Meu nobre poeta, essa foi ótima...
Mas será que existe algo incomun entre o Pio papa, e o nosso (já conhecido) Pio Marinheiro??

Gibson Azevedo disse...

Alan, os dois Pio, apesar da diferença cultural e ou intectual existente entre eles,no tocante ao caráter e outras "cositas mas" se assemelham sobremaneira...
Abraço do amigo Gibson.

Jania Souza disse...

Oi, Gibson, estou também por aqui. Obrigada pela sua visita. Para publicar no nosso blog mande para janiasouza@uol.com.br
Seu blog é excelente e as matérias (poesias e prosas) são muito agradáveis. Parabéns pelo maravilhoso trabalho

Gibson Azevedo disse...

Caríssima amiga Jania, sinto-me envaidecido com sua visita (poeta de envergadura superior) ao meu humilde blog. Espero que esta graça aconteça à miúde. Grande abraço.

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