terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Desabafo

Certo dia, com intuito de me provocar, já que me considero (e algumas pessoas têm ciência) um poeta bissexto, o meu dileto amigo - um irmão que escolhi -, Antenir de Oliveira Neves, atiçando a minha ira, sem cerimônias comentou, que: a minha poesia era de uma expressão decadente...; diria mais, que estava morta, etc. , etc. Mortificado fiquei então, e, como uma Fênix, ressurgi violentamente lépido no pensar, e minha lira cantou altos brados de protestos: - aqui me encontro!... Não morri! Posso até ter fenecido, mas não morri... E posso provar! Ora, quando apresentei o meu desagravo poético ao citado amigo, este, sorriu feliz e, maroto, comentou: “- o meu objetivo foi alcançado. Isto é você novamente... “

Aí está:

Desabafo

Falso Juízo à minha Lira...
Tipificam-na, sem escrúpulos, de: “Doente”,
Decadente na essência e na origem,
Fuligem de sandices que ao acaso
Medram...
Haveria justeza neste pensar?
Quem dera!...
(Pondera de pronto, minha vontade).
Deveras, ponho “Justas” àquele Julgar:
Anseio o dia, incerto talvez,
Que meus olhos poetas vejam...
E sintam...
Coisas que a muitos encantem...
E que meditem..., devagar,
Tresloucados de verdades
Com tal canto duradouro...
(Isento de bazófias e dizeres douro...)
Que, porém não alcançarão, decerto,
Aos que julgam-na decadente;
Incapazes, que são, de ouvir
O sussurrar inequívoco das Musas!...
(Assim espero. Talvez, em mais dias,
Aconteça...)




Natal-RN, 01/Mar./ 2007.
Gibson Azevedo – poeta.

2 comentários:

Poeta do Penedo disse...

Meu caro Gibson
Considero-o feliz por na sua vida existir esta troca de «farpas». É sinal de que na sua vida há vida poética, existem tertúlias no ar.
Em relação ao seu Desabafo, pois foi o profundo da sua alma de poeta que protestou perante a «ferroada», e orgulhosamente se impôs, galhardamente mostrando que não é decadente, porque a sua poesia é ardente e irreverente.
Com muito orgulho de, através desta forma, me poder corresponder com um verdadeiro poeta, o abraço com amizade.
Fareleira Gomes

Gibson Azevedo disse...

Meu caro Fareleira Gomes, achei, no momento, oportuno expor este poema; mais pelo inusitado do qual foi concebido, do que pela sua qualidade poética propriamente dita. Aproveitei, também, para homenagear um grande amigo o Cel. Antenir de Oliveira Neves, razoavel intelectual e "Lêdor" de poesias. Para vocês Lusitanos, um forte abraço e um "tiquinho" de saudade.
Gibson Azevedo.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...