domingo, 1 de agosto de 2010

Como "limpar" um Farsante


Visão pessimista sobre a lei da ficha limpa para os políticos postulantes aos cargos públicos, na atual campanha eleitoral. Esta seria uma condição sine qua non para qualquer indivíduo que se credenciasse a representar o povo, interferindo, ao seu arbítrio, nos sagrados destino da coisa pública. Não é pedir muito. É sensato, este mínimo depósito obrigatório de confiança - atestado - a que se submeteriam todos os políticos postulantes a cargos públicos – também os profissionais -, que pululam no cenário político do nosso País. Apesar de achar a medida acertada, não faço fé que ela consiga banir completamente esta choldra que, por séculos, com vilipêndio, se locupletaram com as benesses do Poder, cometendo toda sorte de escândalos. Sinceramente, não acredito! Eis a prova da minha cisma, da minha inquietação: (comentem)

Como limpar um Farsante


Alguns políticos farsantes,
Com a ficha suja, escondida,
Falastrões sob medida,
São nossos representantes...
Empertigados, falantes,
Desde as primeiras Campanhas,
São mestres em artimanhas
E nas coisas mal havidas
- Poderosos falsos-Midas -
Tutelados da Justiça...
Podem crê, que essa mundiça,
Com lixa, Brasso e Kaol,
Vão limpar o urinol
No qual fizeram a sujeira,
Dar no povo outra Brejeira,
Que agachado acha pouco...
E, faz os “ouvidos moucos”
A toda esta bandalheira!


Gibson Azevedo – poeta.
Natal-RN, 22/jul./2010.

6 comentários:

Poeta do Penedo disse...

Amigo Gibson
Dar-me-ia vontade de rir ao ler os seus deliciosos versos, não fosse a questão tão séria. Na verdade a evolução chega a todo o lado, excepto à mentalidade dos homens. Olhamos para a idade média com um esgar de repulsa; consideramos que o feudalismo foi um tempo de escravidão e exploração. Mas, bem vistas as coisas, nada mudou. O homem não conseguiu abolir da sua sociedade esta terrível gangrena, que é a supremacia dos poderosos sobre os mais fracos, que por serem tão poderosos, perderam todo o pudor e escrúpulos, pois sentem que o pobre povo não lhes pode fazer. Não conseguiu, passados tantos séculos, criar uma sociedade de igualdade de direitos. Os lobos de hoje, alimentados pelos lobos de outrora, continuam a descer à cidade, até ao dia em que os mais fracos percebam que a sua força reside no seu número, e então...

«vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
querer um mundo novo a sério»

António Aleixo

Um grande abraço.

Gibson Azevedo disse...

Grande Antônio Aleixo! Este,atinado, sabiamente percebeu que, seriamente, "o povo pode querer um verdadeiro mundo novo".
Caríssimo amigo Poeta do Penedo, percebo com alegria que estás sempre em boa companhia. Que assim seja!
Grande abraço deste seu amigo.

MM disse...

Caro Gibson Azevedo,

O filósofo alemão Nietzsche defendeu a tese de que o homem iria defrontar um colapso dos valores fruto do afastamento da religião da vida das pessoas, entrando num desnorte comportamental.

Li o seu texto e não evitei pensar nas suspeitas de corrupção que o governo português vive há vários anos, na certeza da corrupção na Rússia, nas suspeitas de corrupção na ONU, na quase certeza de corrupção na FIFA, etc...

A democracia requer do cidadão a vigilância e quando nos subtraímos a ela consentimos que os oportunistas sem escrúpulos ou ética se instalem e montem a sua teia.

Solidário,

Marcelo Melo
www.3vial.blogspot.com

Gibson Azevedo disse...

Agradeço as suas palavras, caro MM. É o que nos conforta: Saber da existência de pessoas atentas e que não comungam da máxima de "quanto mais ruim melhor". Lutemos então!

Mari Amorim disse...

Amigo Gibson,
gosto muito de seus escritos.Obrigada.Paz,saúde e sucesso!
Boas energias,
Mari

Gibson Azevedo disse...

Valeu, Mari! Honram-me, humildemente, as suas visitas!...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...