segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mais uma década na saga do Diocesano.

Fachada do Colégio Diocesano Seridoense.
Hoje, 27 de fevereiro de 2012, quatro dias que antecedem ao        1º de março,   data na qual comemoramos   os setenta anos de inauguração      do     Colégio Diocesano Seridoense,     da  cidade de Caicó-RN,  percebo que, em 2002,  por  ocasião  da  data  de  aniversário dos sessenta anos de fundação daquele augusto educandário, também me motivei a exaltá-lo com uma humilde crônica, na qual professava todo o meu amor  àquela Casa de Ensino, que me abrigou como a um filho, nos meus verdes anos de ginasiano. Afinal,  estava  saindo  da  meninice  e, hesitante,  adentrava  à  adolescência  nos  albores  da  vida  adulta. A emoção  que  ora  sinto  continua a mesma, quarenta e sete anos depois...    Talvez  mais  madura.   A  citada crônica, de pretérita feitura, chama-se: Sessenta anos...,  um velho?


Foto antiga-Colégio Diocesano Seridoense
Sessenta anos..., um velho?



Paredes grossas com arcos abobadados, tendências arquitetônicas herdadas dos nossos ancestrais ibéricos; acabamento grosseiro em tais paredes lisas - em algumas faltavam o reboque mostrando às escâncaras o adobe nu -, de muitas janelas na fachada que começavam na calçada, sem o menor recuo, colaboravam, em muito, com o seu imponente e austero aspecto a mirar a circunvizinhança de poucas habitações - rarefeitas -, lembrando levemente, na aparência e nos costumes, algumas escolas medievais. Quando o conheci tratava-se de um jovem. Na verdade, dois jovens: eu, com dez anos; e aquela obra, produto de sonhos de almas sãs, realizada na força e na fé de valentes sertanejos, contava naqueles dias com 21 anos. E acompanhando um irmão mais velho, pois irmãos era como se fôssemos, seguimos juntos por um bom tempo firmando uma grande amizade; impossível para alguns, de acontecer entre um ser vivo - racional - e cousas inanimadas. Naquela escola, percebiam-se ainda resquícios das influências jesuíticas trazidas de além mar, desde as primeiras expedições marítimas, por um Portugal de posseiros... Digo isto, porque apesar de só vir a ser fundada quatrocentos e quarenta e dois anos após o nosso "descobrimento", mantinha, sob muitos aspectos, o mesmo "status quo" daqueles longínquos dias. Relutava em não modernizar-se, mesmo tendo sido fundada em plena Segunda Guerra Mundial, no século passado; período no qual, se desencadeou uma vertiginosa sequência de fatos e mudanças nos costumes, nas convenções, nos dogmas e nos tabus. Só com a inevitável maturação que estes novos tempos trouxeram, pôde, aquela singela cria da igreja católica, modernizar-se. No entanto, é impossível negar o cuidado, a responsabilidade e o zelo, que aquela Casa de Ensino teve no lapidar e polir, das cabeças duras daqueles jovens de antanho. Muito se deve, por gerações..., a este velhinho sexagenário; hoje reciclado e atual, revigorado nas lutas do cotidiano, e preparado para longas jornadas. E..., que todos digam: Amem!
Assim  foi  e  continua  sendo,  meu relacionamento com o Colégio Diocesano Seridoense; admiração por seus espaços físicos; deleite no refrigério das sombras das copas de suas árvores antigas; respeito ao venerando Corpo Docente; devedor eterno e contumaz dos ensinamentos curriculares e de vida que por lá adquiri; carinho ao dedicado quadro de funcionários, e um amor para além da vida dedico, aos colegas contemporâneos, meus amigos e camaradas.
Assim, repito, sinto-me com relação àquele velho Casarão. É pura sim, a incomensurável saudade...!

Natal-RN, 01 /março/2002.
Gibson Azevedo da Costa
Ex-aluno do Colégio Diocesano Seridoense

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