terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Perplexidade.



                          Um grande e dileto amigo, o José Luiz Araújo Valença, amizade consolidada no transcorrer dos últimos anos, todavia, não menos considerada que os mimos das estimas mais antigas; este recentemente me provocou com um mote que precisou ser mais bem metrificado, mas que na sua essência era, por demais, interessante. Tratava-se do sentimento de perplexidade do homem maduro ao deparar-se com a inevitável perda da preciosa virilidade, que inexoravelmente acomete a todos, nos últimos quartéis de nossas vidas. Quanto mais longa for a vida do homem, maior será o tempo de convivência com este infortúnio.
Grande Valença - grande amigo.
                        
                     Isto aconteceu num sábado, por volta do meio dia, nas dependências do Bar do Mário, ocasião na qual este amigo bebericava havia algum tempo, e motivado pela lucidez que o álcool promove nos primeiros momentos – hiatos de euforia –, lançou esta pérola que somente os machos já avançados nos anos têm a capacidade de fazê-lo, fruto da experiência vivida que nos dota, gratuitamente, deste vivenciado patrimônio. Como poeta e amigo, aceitei-a como uma fraternal incitação. Não me fiz de rogado... Fraternalmente, lhe respondi a altura - acho:




Mote:
             “Cabra véi” fazendo amor
              Só se aproveita o cansaço
Glosa:
              É riso pra o gozador
              Se ainda o tenta, a luxúria,
              Pois só vai contar lamúria...
               - “Cabra véi” fazendo amor.
              Se já foi bom “fudedor”,
              Antigamente, um “picaço”,
              Hoje só tem o mormaço:
              Mandinga, jogaram praga!...
              Mesmo à força do Viagra,
              Só se aproveita o cansaço!


             Natal-RN, 16/maio/2012.
             Gibson Azevedo – poeta.

2 comentários:

Poeta do Penedo disse...

esse é um momento muito pouco simpático, pelo qual todos passamos, amigo Gibson, uns mais cedo do que outros, dependendo de muitas condicionantes, como problemas prostáticos.No entanto diz um velho ditado popular português que:
homem velho com mulher nova
dá filhos até á cova.
Um grande abraço meu excelso amigo.

Gibson Azevedo disse...

Meu caro Jorge, este ditado popular português é muito correto, mas, segundo alguns gaiatos brasileiros, o mesmo estava incorreto e, por conta própria, complementaram-no:
"Homem velho com mulher nova dá filhos até a cova..." + "muito embora, com a ajuda de vizinhos ou do compadre!"
Um forte abraço.

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