quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Com relutância abdico!...


Com relutância abdico!...

Tenho no meu rol seleto de amigos, algumas pessoas que se destacam na vida cultural e intelectual da minha Aldeia Potiguar; onde muitos se distinguiram nos mais variados campos de ação e atividades. Dentre eles, destaco o Professor José Maria Barreto de Figueiredo. Homem dedicado ao ensino, nunca se furtando a cada vez mais, com o passar do tempo, investir neste peculiar campo de atividade econômica e de tão nobres objetivos. Ele é proprietário de uma Universidade Particular de Ensino – a Facex –; empresa que prima pela qualidade dos profissionais que lança ao mercado de trabalho ao final de cada ciclo curricular. Empresário vitorioso, pessoa, por demais, reconhecida no nosso mundo social, devido ao grande número de serviços prestados à nossa sociedade, principalmente à nossa juventude. Alem disto, é solidário às boas causas; sendo um filantropo na maioria das suas ações. Resumindo, este cavalheiro não precisa de nenhuma luz refletida para ser reconhecido junto aos seus pares e concidadãos. Ademais, existe, porém, outra paixão na sua vida, somada com as supracitadas e amor aos seus familiares mais próximos: o América futebol Clube. Esta, o acompanha desde os primórdios da sua juventude. Não feneceu com a idade madura, pelo contrário, tornou-se mais aguda e consciente. Pois bem, quis o destino que ele, mesmo contra a vontade dos seus filhos – seus mais diletos e eficientes colaboradores – pela segunda vez na sua vida, assumisse a presidência daquela agremiação sócio-esportiva. Não faltaram, entre os muitos cortejadores para que ele cedesse aos apelos dos confrades, os bajuladores com as rutilantes promessas de empenho coletivo, caso ele aceitasse a difícil empreitada: como num pós-guerra, recuperar a terra arrasada! No seu pensamento julgava, ser possível reestruturar as divisões de base pensando nos craques do futuro; aumentar o número de sócios pagantes; além disto, conquistar o campeonato estadual, como também se manter na segunda divisão do campeonato nacional.

Nada disto foi possível concretizar. Sentiu-se só, desde início... Pior: experimentou estar cercado de oportunistas esquivos, que só apareciam à Sede para incitarem dúvidas; com o objetivo explícito de desagregar, sobremaneira, as parcas forças de comando. Não havia outra saída: com relutância, a renúncia!...

Aqui fica uma observação de um torcedor do Alecrim Futebol Clube e que tem como filho um torcedor ferrenho do ABC futebol Clube, tradicionais rivais do América: Com a saída de José Maria Barreto de Figueiredo da presidência da veneranda agremiação, só o America tem a perder. Digo mais, para quem gosta de futebol: Todos nós perdemos!

Vejam as últimas palavras do grande “alcaide” americano, na sua carta de renúncia:

“Não deixo o America; continuarei americano como sempre fui, amando o America, sofrendo com seus fracassos e sendo feliz com suas vitórias: americano de coração, amigo dos americanos sinceros.”

“Não atirarei pedras naqueles que procurarem levantar bem alto as cores rubras do meu clube, que aprendi a amar desde adolescente. Mas amaldiçôo – abomino – aqueles que tentarem destruí-lo ou dele se servirem em proveito próprio.”

“Salve o América!” “Deus o Abençoe, hoje e sempre.”

É isto, José. Valeu o desabafo.

Natal-RN 20 de outubro de 2010.

Gibson Azevedo – cidadão.

2 comentários:

Poeta do Penedo disse...

Caro Gibson
li atentamente o seu texto. Um momento de tristeza e desilusão, acontecido num pequeno ponto da imensidão do Brasil. No entanto, um momento que de muito me trouxe à memória, à minha memória de desportista (não estou a falar da minha Académica), pai de atleta, acontecido num pequeno lugar no exíguo espaço deste nosso Portugal.
O homem é igual em todo o lado, tanto faz ser o país grande ou pequeno, rico ou pobre. Existirão sempre os homens grandes, que tomam iniciativas, e os homens pequenos, que na sua pequenez de sentimentos e intelecto apenas estorvam e emperram a máquina que quer andar para a frente.
O meu filho mais novo foi jogador de hóquei em patins, durante 7 anos, num clube aqui da zona de Aveiro, o Bonsucesso. Dei muito de mim áquele clube, tanto como membro da direcção, como seccionista da equipa em que o meu filho jogava. De certa forma passei pelo processo pelo qual passou o seu amigo, Professor José Maria.
Quando homens há que ao se filiarem num clube, mais não querem do que valorização da sua imagem, chega aos homens grandes o momento de partirem para a luta, uma luta que podem bem perder, se a mesquinhez for maior que a grandeza dos homens grandes.
É por essa razão que muitos bons projectos que existem em pontos desconhecidos de Portugal ou Brasil, nunca chegam a dar os primeiros passos. Essência não lhes faltou, faltou-lhes foi alma.
Um grande abraço, meu amigo.

Gibson Azevedo disse...

Amplexo apertado, meu caro Fareleira Gomes!. Sabemos que a ganância existe desde que o mundo humano foi criado. Terá sido falha de fabricação? Quem sabe!...
Caríssimo, para que tenhas a real ideia do que acontece no nosso futebol, saiba que, há poucos anos, um indivíduo chamado Gustavo de Carvalho fez parte da diretoria do América Futebol Clube; adquiriu notoriedade e candidatou-se a uma cadeira da Assembleia legislativo do nosso Estado - o Rio Grande do Norte -, logrando êxito ao se eleger. Pois bem, este sujeito, bem não tomou posse àquela Casa Legislativa, sumiu, como num passe de mágica, das trincheiras administrativas do clube que lhe havia dado visibilidade. E como ele, existem um bom número de oportunistas a fazerem a mesma coisa.
Por isto, o Professor José maria Barreto de Figueiredo quedou-se vencido, ante ao desgosto oriundo das muitas decepções. A história certamente lhe fará justiça.
Deixo contigo um fraternal abraço, na ciência de que, tanto aqui como em outras partes do mundo, encontramos tais aberrações.

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