Ah! Como eu detesto os políticos!...
Contrariando aos meus mais sinceros propósitos, vejo-me algumas vezes condenando a concepção criativa da natureza, quando percebo, comprovo a existência de seres comensais, saprófitos oportunistas que vivem unicamente a expensas dos suores e dos aperreios dos seus semelhantes. Não se motivam, com raríssimas exceções, a viverem e desenvolverem-se a passos curtos nos caminhos tortuosos do exaustivo labor diário. Não! Preferem a execução da bajulação desnudada às tristes figuras de camarilha chinfrim. Quando, por descuido do destino atingem, alçam, a patamares de destaque, também é destas mesmas pessoas que se permitem o cerco. São afeitos às falsas louvações, mesmo que estas passem, em muitas léguas, ao largo da verdade. Não tem importância. O certo é que, nestas mentes áridas, existe o deleite que as massagens de ego faz as suas almas amputadas, mesmo que estas venham via palavras ocas, doiradas com o fulgor falso das piritas. Deste tipo de personagem a política está cheia! Na grande maioria das vezes, matam-nos de vergonha. Principalmente, se algum fato grotesco ocorrer alem das nossas fronteiras.
Os nossos irmãos portugueses, quando por aqui se arrancharam, naquela súbita transferência da Corte para o território colonial deste lado do oceano atlântico, e fixaram-se na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, trouxeram o benefício da organização estatal, dando-nos infra-estrutura e consciência de um organismo político e social. Tudo bem! Trouxeram-nos também, alguns vícios administrativos que nos eram desconhecidos até então. Citemos um, para que não alonguemos a prosa: Os cartórios vitalícios e hereditários... Êita! Mutrêta bem armada e concebida nos mais escusos pensamentos monárquicos de uma Europa quase medieval! Vender papel, caríssimo, praticamente a custo zero. Esta praga nos acompanhou até o final do século vinte. Dentre os bons e maus costumes que nos trouxeram, destacamos o de fazer piadas, deboches – anedotas – com os portugueses mais broncos, os de trás dos montes (Trasmontano). Adotamos o costume! Ficamos assim: nós fazemos piadas com eles, e eles, nos gozam com a mesma intensidade.
((((((((Vejam isto)))))))) |
Ultimamente – há poucos dias – os irmãos lusitanos fizerem-nos um chiste exemplar, terrível! Conferiram ao nosso ex-presidente, Luiz Inácio da Silva, o titulo honorífico de Doutor Honoris Causa da famosa Universidade de Coimbra. Ora, isto é que é fazer piada! Isto é uma autêntica galhofa à panturra. É de matar de rir!... “Que ao menos, me matem no Largo do Estácio”, como dissera certa vez Luiz Melodia. Este ato obsceno, picaresco, praticado pela augusta e tradicionalíssima Universidade de Coimbra, cuja fundação se perde no tempo, é de um hilário desmedido. E para provar que contra fatos não existem argumentos, soubemos através de matéria fotográfica, que o Sr Lula da Silva foi flagrado em uma livraria em Lisboa, muito interessado, provido de picinez a Rui Barbosa, a folhear um livro do “escritor” brasileiro, Paulo Coelho; só que, o citado exemplar estava "de ponta-cabeça”(invertido). Isto, de fato, é para risadas soltas!...
Para encerrar, mas, no trote da mesma toada, lembrei-me de um popular que enriqueceu a cena urbana da querida cidade de Natal e que também vivia à sombra de figuras poderosas. Era conhecido como Zé Areia. Muito amado pela população da provinciana Natal do início do século vinte. Era barbeiro e, neste seu mister, prestou serviços ao futuro Presidente da República, João Café Filho, com quem mantinha estreita amizade. Zé Areia, sempre que era provocado rebatia com uma ácida e imediata resposta.
Certa vez, estando dentro de um bonde, deslocando-se do bairro da Ribeira às alturas do centro da cidade presépio, aconteceu o inusitado:
Sentado em um dos bancos do veículo e lendo pacientemente o seu jornal, umas mocinhas, estudantes do Atheneu Norte riograndense, perceberam que as folhas do jornal estavam invertidas. Uma delas o alertou:
Ei, senhor! Ele está de cabeça para baixo!
E mole! – Esta foi a curta resposta daquela saudosa figura.
Natal-RN, 11 de abril de 2011.
Gibson Azevedo
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