sábado, 18 de agosto de 2012

O fino do fescenino.

                            Recebi via email, do meu primo Janduy Azevedo, uma referencia a um laudo pericial feito por uma parteira de Goiana, cidade do interior de Pernambuco.  Devido a inexistência de um médico legista naquela região, a Sra. Maria Francisca da Conceição, mais conhecida como Chica Cegonheira, foi convidada a lavrar o resultado pericial em um rumoroso caso de defloramento de uma moça daquela comarca e que, segundo ela, foi vítima dos arroubos do seu namorado.
                              Eis o laudo de Chica Cegonheira:
Foto de uma experiente parteira em ação.

''Exmo. Sr. Dr. Delegado,

Atendendo o seu pedido, com muita honra em poder servir esta brava e arretada polícia de nossa gloriosa zona da mata pernambucana, digo que, eu, Maria Francisca da Conceição ou Chica Cegonheira, como me chamam, mas que me intitulo como parteira oficial do destrito de Tejucupapo, declaro para o bem do meu ofício que, examinando os baixos fudetórios de Maria das Mercedes, constatei manchas arroxicadas na altura da críca, que para mim, em função do meu alto conhecimento, eu que lido com tais e tipos diferentes da referida, declaro que: ou foi supapo de rola ou solavanco de pica.

É verdade, dou fé, dato e assino.
Maria Francisca da Conceição
Parteira oficial do distrito de Jenipapo".

                           Como o resumo do laudo é um mote em sete sílabas perfeito, confesso que eu não me contive e tasquei esta glosa marota:


Mote:
             Ou foi sopapo de rola
             Ou solavanco de pica

Glosa:
             Restou uma suspeita tola
             “Nas partes” examinada:
             Já nasceu falsificada...  
             Ou foi sopapo de rola!
             Tinha um ”roxo de cebola”
             Por fora e dentro da crica;
             Não havendo mais pelica,
             Sei que houve felação,
             Dedada e fornicação
             Ou solavanco de pica!

        Natal-RN, 15 de agosto de 2012.
              Gibson Azevedo – poeta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma delícia, meu caro Gibson. Mas o que verdadeiramente achei espirituoso, foi o nome dado á senhora parteira: xica cegonheira. Mas que maravilha. Nada mais bem posto.
Um grande abraço.

Gibson Azevedo disse...

Parteira, nos cafundós do meu Brasil, é uma figura mítica muito ligada as famílias, as quais preta seus serviços. Geralmente, é tomada como madrinha para os filhos dos outros que ajuda por no mundo, aumentando, sobremaneira, o compadrio da aristocracia rural que ainda sobrevive aos tempos modernos...
Abraços.

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