... A
coisa foi esquentando..., até que surgiram alguns telefonemas de pessoas influentes, também magoadas, e, ainda no calor dos acontecimentos, meio
a um turbilhão de incontidas emoções cobrando, de Machado, alguma posição e
atitude sobre a malsinada peleja. Vendo-se acossado naquela incômoda situação, o
velho alcaide esportivo, inteligente e madraçamente, desmanchou-se em juras de
inocência, alegando que se encontrava “de costas” por ocasião dos aludidos
ilícitos, não podendo, evidentemente, nada testemunhar, nada opinar... Para
concluir saiu-se, de propósito, com um impagável anexim xistoso: “por trás, eu
tenho um olho escondido, que é cego e nada vê!”
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Poeta Renato Caldas do Açu -RN |
Renato, que a tudo ouvia, não conteve a sua
brutal indignação ante ao fato e, mandou num surrado papel a seguinte mensagem
de advertência para o dileto amigo, que, prazerosa e democraticamente, declamou
na primeira oportunidade para os seus milhares de radio-ouvintes fiéis:
João Machado, distraído,
Para
ilustrar comentários,
Disse
entre assuntos vários:
“Eu
tenho um olho escondido!”
Fez
bem não tê-lo exibido,
Machado, sabe por quê?
Vou avisar pra você:
Tenha
cuidado com ele,
Que
o bicho que gosta dele
“É
cego e também não vê!”
Para demonstrar quão
aberrantes são as mudanças gratuitas sobre qualquer obra de arte e demais
esforços da criação, é que registro aqui um comentário feito por um primo muito
próximo e querido, em inesquecível reunião de família, que consiste no
seguinte: “certa feita, estando bebericando num boteco em Currais Novos-RN,
ouvi umas loucuras proferidas, naquele ambiente chinfrim, por um orgulhoso pinguço:
“João Machado, distraído,
Disse numa guerra fatal:
Benedito Bacurau...
Eu tenho um olho escondido.
Engraxava seus sapatos
Com pomada O D D,
Eu vou contar pra você...,
Tenha cuidado com ele,
Que o bicho que gosta dele
É cego e também não vê!”
Seria possível haver marmota mais feia do que
essa? Duvido!... Nem o poeta Zé Limeira seria capaz de conceber tal loucura!
Natal-RN, 31 de outubro de 2012.
Gibson Azevedo – poeta.