quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dialetos, mudanças e corruptelas.






                                      Dialetos, mudanças e corruptelas. (Intróito).


                               “Macacos me mordam!”, se na maioria dos seres humanos não existe um faniquito que os impelem, sem motivos aparente, a modificar o que está quieto. Senão vejamos: “Bora, Fulano!” Nesta expressão, já existe uma boa dose de alterações desde a sua forma original, oriunda de um remoto Portugal, berço da nossa Língua. Na grafia daqueles tempos, dizia-se: “Vamos à boa hora, Fulano!” Com o passar dos séculos, sofrendo a ação corrosiva das abreviações, passou-se a declamá-la da seguinte maneira: “Vamos embora, Fulano!” Daí para a forma econômica, para não dizer avara, de: “vambora, Fulano!’, foi um lapso, pequeno período de tempo. Surpreendentemente, não esgotou-se a ação deletéria e corruptora dos hábitos nocivos sobre estes inermes vocábulos; chegou-se a grosseria, do: “borá, Fulano!”Não ficou só nisso, pasmem, os senhores! , pois existem anomalias maiores que as mencionadas. São formas de ruídos muito próximos dos sons guturais emitidos pelo homem nos primórdios da humanidade. Na verdade, nos nossos dias, sujeitos desqualificados, consumidores habituais da “canabis sativa” e de outros bagulhos congêneres, tratam desdenhosamente esse sublime esforço da comunicação humana, da seguinte maneira: “bó, Cara!”..., “bó, Mano!”
Sujeito "muito doido".
                                  - É muita falta de peia! – desculpem o desabafo. Estas anomalias e deformações estão presentes nos vários segmentos da evolução intelectual do homem; trazendo, a reboque, prejuízos incalculáveis; maculando, irremediavelmente, os setores mutilados. O cinema, o teatro, a música, a poesia, a literatura, as artes plásticas, os costumes, a fé: todos sofreram abduções de valores, a guisa duma provável liberdade de expressão, exercida sem a devida responsabilidade nas toadas inesgotáveis dos tempos...

                                         
                                         Natal-RN, 17 de outubro de 2012.
                                                 Gibson Azevedo - poeta.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...