quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Fescenino incorrigível.



                       Dia 31 de outubro notei no blog bardeferreirinha, entre tantas publicações, uma história interessante sobre um indivíduo que havia feito um implante de cabelo, tendo, portanto, ficado muito diferente da figura costumeira e sem brilho que exibia até bem poucos dias atrás.  O fato é que um amigo, o engenheiro Moacir Lucena, bom sujeito, mas de jaez zombeteiro, afiançou que  aquilo só poderia ter sido implantado  de pelagens “das partes femininas”,  e que aquela tintura não sobreviveria a um mergulho no açude Itans, de águas de conhecida salinidade. Por troça, Moacir forneceu dois motes ao poeta do Acari, Jesus de Miúdo, que abordavam o citado assunto. Eis os motes:

                                                        “Só pode ser um implante”
                                                         “De cabelo de buceta.”
Mocó no seu habitat

       “Ficou depois de pintado”
       “Igual a cu de mocó.”
  
                     
                   Jesus fez as suas duas glosas, e eu, de metido, glosei também! Eis as glosas de Jesus de Miúdo:

             

             Eu fiz um breve levante
             Do seu mais novo modelo
             E pra mim o seu cabelo    
             Só pode ser um implante.
             Destaca a testa brilhante
             Deixa sua imagem porreta
             Mas a cabeleira preta
             Moacir já espalhou
             Que você a retirou
             De cabelo de buceta

            O sujeito ta afamado
            Por causa do seu cabelo
            Pois bem pretinho o seu pelo
            Ficou depois de pintado.
            Mas tem nego desconfiado
            - De Natal a Caicó –
            Dizendo que terá dó
            Depois que a cor se perder
            E o vermelho aparecer
            Igual a cu de mocó!



                       A seguir, exibo as minhas glosas com os mesmos motes recém-expostos:

            Exibiu velho galante,
            Uma vasta cabeleira...
            Gritou o rei da “reieira”:
            Só pode ser um implante!
            Pois cabelo abundante
            Na cabeça de um ranheta,
            Não se vê nem com luneta...,
            De modo que a tal peruca,
            Na encolha, cobre a cuca
            De cabelo de buceta!


            Não fique muito animado
            Com essa transformação,
            Com o jeito que o cabeção,
            Ficou depois de pintado.
            É como diz o ditado:                        
           “Desgraça não anda só!”
            Com a água de Caicó,
            Na primeira lavadinha...
            Vai ficar com uma corzinha
            Igual a cu de mocó!


                           Natal-RN, 14 de novembro de 2012.
                               Gibson Azevedo – poeta.





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