segunda-feira, 8 de abril de 2013

Os fios da meada (ato 1).

                                                         Os fios de meada


 
fofocas
                          
Numa fictícia cidadezinha do interior de um Estado assim como o nosso, surgiu inesperadamente uma mixórdia qualquer que por pouco não teve um desfecho trágico.  O citado enredamento envolvia a conduta de uma respeitável senhora, casada, esposa de um destacado e simpático afiador de tesouras e navalhas,  profissional de reconhecida habilidade no seu mister. Corria, porém, nas ruelas daquela pequena vila, na sorrelfa, todavia com a velocidade de um rastilho de pólvora, a intriga que a mulher do honrado cuteleiro havia, de muito, pulado a cerca em busca de novas aventuras de alcova. Na caminhada apressada que aquela inoportuna estória percorria pelas residências e pelos bares daquele pequeno ajuntamento de casas, não foi difícil cair também nos ouvidos de João de Boró, o infeliz esposo que, para não fugir a regra, foi o último a saber...
                                Certa manhã ensolarada que prenunciava o forte calor que vigoraria no restante do dia, chega à sua casa, Noberto conhecido cambista, acompanhado por João de Boró para tratarem de um determinado assunto com o seu filho Arinilson. Acercaram-se do rapazola e Noberto anunciou ao seu filho que o amigo João tinha umas perguntas a lhe fazer e queria a verdade como resposta.      

caluniado tomando satisfações.
                                        Tá bom, meu pai. O que foi que houve? – perguntou Arinilson, meio “na encolha”.
                                Bem, é que eu soube que você falou lá na pensão de Dona Mariquinha, que a minha mulher tava me corneando, e, portanto eu quero tirar esta estória a limpo. De qual pessoa você escutou esse assunto? – indagou João, com firmeza.
                                Eu soube através de Chiquito de Gato que falou lá na Pensão – respondeu sem titubear o jovem Arinilson.
                                Tá bom, muito obrigado – despediu-se agradecendo, o diligente João de Boró.
                                   Ploc..., ploc..., ploc..., ploc..., passadas largas, eis que João se dirigia apressadamente rumo à casa de Gato para tirar umas dúvidas em conversa com o seu filho Chiquito. Lá chegando, Chiquito lhe informou que havia tomado conhecimento do assunto nas dependências da barbearia de Zé Café, via comentário feito por um Senhor já idoso chamado Manuel Tenório, no momento no qual este era atendido no seu costume semanal de fazer a barba com aquele destacado barbeiro. Ploc..., ploc..., ploc..., ploc..., barulho de o seu caminhar em direção a casa do Senhor Manuel; não sem antes passar na barbearia para confirmar a informação do jovem Chiquito.
                                  Seu Manuel, é verdade? E se for, de quem foi que o senhor ouviu está estória que envolve a honra da minha família e que eu estou querendo tirar a limpo? – Indagou sincero, o humilhado cidadão, ao ancião respeitável de palavra inquestionável
                                      Homi, eu ouvi este boato da boca do meu amigo Biró Batista. Num acriditei muito, não!... - Ponderou o velho ao conterrâneo.  ....
                                   

       

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