terça-feira, 9 de novembro de 2010

Crepúsculo dos deuses...

Depois do primeiro impacto negativo que nos causaram aqueles dois técnicos meteorologistas de aparências tão relaxada, exibindo uns fenótipos em desordem, de causar asco, acontecido no saguão do Hotel Avenida de Caicó, cidade Rainha do Seridó, seguiram-se outros encontros decepcionantes com personagens, digamos bizarras, daquelas terras tão decantadas localizadas acima do Trópico de Câncer, já afastadas da Linha do Equador. Estes novos encontros ratificaram, infelizmente, o desapontamento causado pelo primeiro deles.


Vejamos mais um pouquinho do Crepúsculo dos deuses:


...Outra situação interessante aconteceu por ocasião da instalação dos aparelhos transmissores na implantação da Emissora de Educação Rural de Caicó; um dos muitos investimentos de alcance social na região do Seridó-RN, de iniciativa da Diocese de Caicó. Pois bem, quando precisaram de um técnico para instalar os transmissores e uma antena de setenta e cinco metros de altura, apareceu de repente uma figura, também estranha, destoante naquela paisagem bucólica, da pequena cidade seridoense, nos bons anos da década de sessenta. Tratava-se de um Engenheiro russo chamado Dimitri, que, segundo dizia, havia fugido ainda jovem da Rússia comunista, durante a segunda guerra mundial. Era um sujeito alto e forte, muito branco, barbudo, com cabelos ruivos; fumava um cachimbo enorme que parecia um saxofone, e falava um portunhol ruim aos ouvidos. A salvação era que ele gesticulava muito, à medida que falava; do contrário, ninguém entenderia nada do que ele dissesse. (Dimitri teve a sua disposição, durante todo o período de instalação daqueles equipamentos, um excelente técnico seridoense em eletrônica rudimentar daqueles tempos, e que se tornaria funcionário exemplar da emissora por toda vida funcional, chamado Moacir Maurício Dantas). Aquele indivíduo de terras distantes, por ser ativo e lépido, e parecer ser muito inteligente, trabalhar numa profissão diferente e desconhecida até então, ganhou naturalmente a simpatia da garotada, que passou a admirá-lo. Aquele sim!... Era um verdadeiro herói! E falava diferente...

Em alguns dias, porém, ele deitou por terra toda a admiração que tinha adquirido até ali; devido uma medida, por ele sugerida, de eletrificar a antena, ainda inacabada, com o intuito de afastar os meninos curiosos daquele local de trabalho. É certo que, talvez atrapalhássemos o bom andamento daquele grosseiro cronograma, mas isto não seria motivo para por em risco vidas humanas, vidas inocentes. Dizem que uma criança morreu eletrocutada. Aí reside a dúvida: se esta morte ocorreu por causa daquela ideia maluca, ou se, de fato, houve, mesmo com o controle das medidas de segurança, a presença sinistra do imponderável.

Na verdade o povo russo, para os caicoenses que tomaram ciência destes fatos, perdeu um pouco da graça, do encanto e da admiração, que lhes devotavam aquelas humildes criaturas, que viviam na bondade de Deus, ao longo daqueles anos.

Fica aqui, como registro, a data da inauguração da Emissora de Educação Rural de Caicó: 1º de maio de 1963...

(Vemos nesta foto histórica o bispo da Diocese de Caicó, Dom Manuel Tavares de Araújo, dando as bênçãos inaugurais daquele importante veículo de comunicação para a região do Seridó).


(Aqui nesta outra tomada fotográfica vemos os pioneiros de ambos os sexos junto ao seu primeiro diretor o Padre e intelectual Itan Pereira. Notamos a presença de Evilásio, Pedro Celestino, Moacir Maurício Dantas, José Gerôncio, Neto Damásio, Getúlio Costa, Moacir Pinheiro, Alcimar de Almeida e Paulo Celestino. Das moças não me recordo os seus nomes).

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