terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais um pouco de Crepúsculo dos deuses...


....Um duro golpe, para o culto costumeiramente devotado a essas nações foi, a morte de Kennedy, Presidente Norte Americano; chacina ocorrida na cidade de Dallas, quando desfilava em carro aberto em plena campanha eleitoral à sua reeleição – vitória, em tal recondução, dada como certa. Aquele horrendo episódio foi testemunhado pelo mundo inteiro, através dumas tomadas cinematográficas, tão perfeitas, que até parecia ter havido algum ensaio antes do fato consumado. Todavia, a sensação frustrante daqueles nefastos acontecimentos, veio com os grosseiros resquícios de vilania que verteram daquele “cardo”, que foram: as investigações efetuadas pela polícia de Dallas e na seqüência pela CIA e pelo FBI; onde apontaram, cinicamente, isoladas suspeitas para a figura patética de um único homem – um inocente útil. Sabia-se àquela época e sabe-se hoje, que houve, naquele fatídico dia, uma execução em fogo cruzado, com vários atiradores agindo simultaneamente. Naquele desaguadouro de sangue, veio também a covarde execução pública de dois líderes populares, de brilho incomum, e que apesar de terem as suas vidas ceifadas prematuramente ao sabor da covardia, são lembrados com saudade até agora. Ficou das mortes do líder negro Martin Luter King e do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, o Senador Robert Kennedy – mortes ocorridas muito próximas uma da outra -, a sensação das gestações abortadas, daquilo que poderia ter sido e não foi... Isto tudo contribuiu, para desgastar, ainda mais, a decantada e infalível imagem dos semideuses do hemisfério norte.

* * *

No restante dos anos sessenta, apareceram por Caicó outros indivíduos de atividades incertas, ambíguas - ocupações, deveras, duvidosas. Nossos avós comentavam, que tais pessoas - estrangeiros que não conseguiam, convincentemente, explicar quais às suas atividades em terras estranhas -, eram pertencentes a uma tal de “quinta coluna”; que nada mais era, senão um esforço de espionagem daquelas nações poderosas.

Surgiu certo dia, como vindo do nada, um sujeito jovem, Ianque, com uma excessiva cara de bobo, dizendo-se pertencer a um certo “exército da paz”; esmerava-se com afinco na atividade de “encangar grilo”. Saía às ruas tentando, desajeitadamente, participar da vida do caicoense, sem ter, todavia, a mais tênue vocação para uma existência laboriosa – certamente, não era essa a sua função.

Passou por ali um bom par de anos, observou tudo, anotou alguns detalhes, sumindo em seguida sem deixar rastros, e, como era de se esperar, não deixou nenhuma saudade...

Natal-RN, dezembro de 2001.

Gibson Azevedo da Costa

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