quarta-feira, 1 de junho de 2011

Flor do sertão.

                   O meu amigo e compadre Justiniano Siqueira mostrou-me, uma ideia de poesia e pediu-me o obséquio de, em parceria com ele, concluí-la, chegarmos a um bom termo. Deixou-me muito feliz este convite, vez que, sou sertanejo e amo minhas origens,  e, as marchas e contramarchas deste folheto dão-se,  da parte de personagens das paragens campesinas das casas de pau-a-pique ou tijolos de terracota. Deste pacto de amigos, resultaram os rabiscos abaixo:


                       Flor do sertão

Menina dos pés descalços...
Linda flor do meu sertão...
Duas tranças no cabelo
 - Remate de laços,
Enfeites do mato -
A correr pelo sertão...
É bom poder sentir num forte abraço,
O bater pronto, apressado,
E esse quase cansaço
Do seu impulsivo coração...
 Menina com os pés no chão.

Menina dos pés descalços...
Teu corpo suado e moreno
Meu sonho, minha ilusão
De lábios grossos, vermelhos em carmim,
Que disseram para mim:
Sou a sua perdição...
Divina desde então,
Menina com os pés no chão.

Menina dos pés descalços...
De saia solta, rendada,
Ao girar deixa a mostras
Formidável balaustre -pernas grossas -,
Seus pés, vermelhos de barro,
Pisam plantinhas no chão.
Ôôôô, mundão!...
Tu és boneca e mulher, és encantada.
Respondes pra mim, oh amada!...
Rogo enfim:
Digas que sim
 E nunca me digas não!...

Menina com os pés no chão...

                                            
                                                  Natal, 31 de maio de 2011.
                                                            
                                                                 Justiniano Siqueira  
                                                                                     e
                                                                            Gibson Azevedo

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