segunda-feira, 4 de julho de 2011

Homenagem ao velho Mané Vintém.

Eita..., manguaça!

                            Enviei outro dia uma poesia ao blog bardefereirinha para relembrar, a título de homenagem, uma queridíssima figura da Caicó dos anos sessenta e setenta, que povoou com sua presença, em momentos impagáveis, aquela urbe, à época ainda provinciana. Este cidadão, conhecido como Mané Vintém, exercia a ofício de marceneiro, com relativa destreza, o que fazia com muito gosto. De temperamento introspectivo, fechado, mal falava – era caladão. Isto, somente até a sexta feira, à tardinha, quando encerrava suas atividades semanais. A partir daquele momento caia na cachaça e logo aos primeiros goles, transformava-se em sujeito muito falante, com palavras, muitas delas, criadas por ele mesmo, nas quais dizia ser um homem de muita coragem e que lhes sobrava valentia. Tornava-se, sob efeito do álcool, um indivíduo muito engraçado, muito diferente do homem de cara fechada que era nos dias de trabalho. Todos em Caicó, sem exceção, gostavam por demais do velho Mané Vintém. Aí vai o teor do supracitado email:

                              Para os meus amigos, os irmãos Roberto Fontes e Clóvis Pituleira, uma glosa de minha lavra em homenagem ao saudoso Mané Vintém, popular querido da nossa Caicó de antanho; que, se vivo fosse, certamente contaria com mais de cem anos.  Aqui, procuro enaltecer a pseudo-coragem daquele degustador etílico de final de semana, que quando alcançava certo estado de embriaguez dizia, a plenos pulmões, que era um elemento possuidor de tanta coragem, que chagava a ter medo dele mesmo.
                           Ao Seu Mané, dedico esta glosa:

Mote:
              O velho Mané Vintém
              Tinha um medo diferente
Glosa:
              Discursou como ninguém
              No meio da carraspana,
              Vez que era um “cu de cana”,
              O velho Mané Vintém.
              Antes de morar no além,
              Se era pacato e decente,
              Mamado, era tão “valente”,
              Que até a “merda tremia”...,
              E dele mesmo – dizia:
              Tinha um medo diferente!


          Natal-RN, 27 de junho de 2011.
               Gibson Azevedo - poeta

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...