O lero Voltou
“Há mais de 50 anos que a região do Seridó
escuta o mesmo papo furado. A Barragem de Oiticica agora vai. Só lero dos putos
dos políticos. Nada. Agora com a porra da seca, o lero lero dos fuleiros
voltou. Vão se foder!”
Ao ler o desabafo que
cuidei ser do jornalista Clóvis Pituleira, fiquei ensimesmado com a inusitada
matéria. Até porque, protesta coberto de razão, pois que o assunto somente agora volta ao interesse
da mídia, sendo revirado por muitos dos nossos representantes políticos, como
também por uma corja maldita que se diz representante social e classista,
quando na realidade não passam de chefetes de grupelhos que se aproveitam dos
caprichos climáticos milenares que de forma episódica ceifam as riquezas da
vida do semi-árido nordestino, para fazerem estardalhaços - pirotecnia
argumentativa – nos intervalos críticos
e periódicos dos longos estios, entre as regras chuvosas no clima incerto do nosso
querido Seridó. Aproveito a justa indignação do citado jornalista com o
descaramento destes conhecidos párias, que só se pronunciam nestes momentos de
fragilidade da nossa população, acudindo-a com promessas vãs e frases ocas que,
iminente, desaparecem com os primeiros prenúncios de chuva, para solidariamente
meter o meu bedelho. E para saudar esta revolta do amigo Pituleira, aí vai uma
glosa de minha autoria, no estilo Zé Limeira (poeta do absurdo) para explicar
este fenômeno de pouca vergonha que acomete aos nossos políticos nestes períodos
de escassez de chuvas.
Mote:
Barragem de Oiticica
Com certeza, agora vai...
Glosa:
Só se a praga do Mojica,
O velho Zé do Caixão...
Soltou outra xingação:
“Barragem da Oiticica”!...
O doido de Antõe Peitica
No esquecimento não cai:
Mocinhas gritavam ai!...
Meninos berravam ui!...
Se esse lero não alui
“Com certeza, agora vai!”
PS. Se vai?... Natal-RN 05/dez/2012.
Gibson Azevedo – poeta
(Abraços aos
amigos de Caicó)
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