quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

À mil maravilhas!...




 
Sucesso fenomenal! Foi o lançamento do livro do artista plástico Reinaldo Azevedo “Cangaço tatuado no traço”, Acontecido que teve lugar no clube de engenharia de Natal, no dia 20 de dezembro, na efervescência que antecedia aos festejos natalinos. Aquele sodalício encheu-se de gentes de todas as procedências da nossa comunidade. Desde os mais doutos – letrados intelectuais – aos amigos mais humildes, que lá se fizeram presentes e testemunharam a demonstração de preferência de todos, pelos traços firmes daquele homem simples no seu mister de retratar com gravuras feitas “a pico de pena” de indizível beleza, um fenômeno de convulsão social que ocorreu no Nordeste brasileiro e em menor número em outras regiões do Brasil, desde o século XVII, e que terminou por nos expor personagens de  bandoleiros arredios imortalizados com o nome de cangaceiros
                         Foi uma noite de autógrafos, inesquecível; para ficar na memória de muitos que estiveram presentes àquele evento. Bom papo, boa e farta música, performances “cangaceirísticas”, telões ilustrativos, etc.
                        O sobredito livro de caprichada edição, por sorte já deve estar à venda nas melhores casas do ramo (livrarias, bancas de jornal, cigarreiras e tabacarias, etc.) É recomendável não deixar para adquiri-lo muito tempo depois, sob pena de este esgotar–se rapidamente nesta edição inicial.

                       Destaco, logo abaixo, parte do texto de minha autoria, nele incluído, já que, com muito orgulho atendemos aos insistentes apelos do amigo Reinaldo para que prefaciássemos a sua obra. Observem:

... Enfim, vejo e sinto nos traços firmes do livro do Reinaldo, a usurpação de terras com cercas derrubadas; a cobrança, com sangue, da honra de donzelas ultrajadas. Percebo os sabores e os cheiros do melaço, do fumo de corda, o cheiro forte dos temperos, do couro curtido, dos suores. A queima do óleo da carrapateira; como também a do querosene - fonte constante de negros picumãs e demais tisnados. O incensar da queima do “explamacete” (espermacete) das velas, nas rudes celebrações litúrgicas. Pressinto a terra molhada a exalar o cheiro do mofumbal encharcado de chuva. Ouço durante o dia o trinado orquestral dos pássaros dos matos sertanejos, e o pio das aves agourentas, tão comuns nas noites escuras daquelas paragens...
                   
                           Natal-RN, 03 de janeiro de 2013.
                                                Gibson Azevedo - poeta.

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